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Conflitos judiciais familiares são analisados sob ótica da Psicanálise em palestra no XIII Congresso do IBDFAM; inscreva-se
“Os conflitos familiares entre laços e nós” é o tema da psicanalista Claudia Pretti em sua palestra no XIII Congresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões. O evento, iniciativa do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, terá programação totalmente on-line nos dias 27, 28 e 29 de outubro. Inscreva-se.
“Pretendo abordar os vínculos familiares e seus conflitos, que são o eixo central das demandas que chegam tanto aos consultórios dos psicanalistas quanto nos escritórios dos advogados e no Judiciário de um modo geral. O conflito é estrutural para o ser humano. Estruturalmente desamparado e faltoso, o sujeito humano necessita ser inserido e amparado em sua entrada no mundo por outros”, antecipa Claudia Pretti.
Ela acrescenta: “Precisamos sempre de uma geração anterior que nos acolha pela via do afeto e que garantam a transmissão dos elementos necessários para constituirmos nossa subjetividade. Isso é em suma o conceito de parentalidade. A parentalidade diz respeito aos adultos de uma geração anterior que, em sua função frente ao bebê que chega ao mundo, transmitem as insígnias necessárias para sua subjetividade”.
Ao mesmo tempo, segundo a psicanalista, exatamente por conta da dependência desses laços com o outro, o conflito comparece e as relações como os outros se constituem como a maior fonte de mal-estar para todos. “É o que aponta Freud em seu belo texto Mal Estar na Cultura (escrito em 1929 e publicado em 1930)”, comenta.
“Foi essa a brincadeira que fiz no título de minha palestra: os sujeitos humanos vivem e dependem de laços com o outro, laços que permitem uma nodulação psíquica necessária, mas muitas vezes os laços apertam demais e se transformam em nós, que são muitas vezes dirigidos ao Judiciário”, observa Claudia Pretti.
Judicialização dos conflitos familiares
Segundo a palestrante, esse recorte tem importância acirrada com a atualidade. “Vivemos um momento em que observamos um aumento na judicialização dos conflitos familiares. Aquilo que antes podia ser um pouco mais abordado e elaborado no âmbito do privado das famílias é hoje dirigido como demanda ao judiciário, em função de vários fatores, entre eles, uma dificuldade encontrada na contemporaneidade em dar lugar ao diálogo e à palavra.”
“Nesse sentido, uma leitura dos elementos que constituem a subjetividade e que estão encenados no contexto das relações e dos conflitos familiares é essencial para que possamos fazer uma leitura mais ampla destes conflitos, ampliando os horizontes de atuação dos operadores do direito a partir de um olhar diferenciado, e ainda proporcionando mais possibilidades de ressignificação destes conflitos para cada um dos envolvidos.”
A palestra de Claudia Pretti integra o Painel 5, sobre "Direito e Psicanálise", no segundo dia do evento, quinta-feira, 28 de outubro, das 11h15 às 12h10. A mesa será presidida por Caroline Vidal e também contará com palestras de Giselle Groeninga e Rodrigo da Cunha Pereira. Saiba mais sobre as abordagens dos dois especialistas.
Prospecções sobre o presente e o futuro
O XIII Congresso do IBDFAM será em homenagem ao jurista Zeno Veloso (1945-2021), cofundador e um dos maiores entusiastas do Instituto. Com o tema geral “Prospecções sobre o presente e o futuro”, a programação trata dos principais assuntos relacionados às famílias contemporâneas. Confira a lista de palestras.
Inscrições
Fique atento: as vagas para o XIII Congresso do IBDFAM são limitadas. A participação só será garantida após a confirmação do pagamento. Clique aqui e garanta a sua inscrição.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br