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Homenagem a Zeno Veloso marca primeiro dia do XIII Congresso do IBDFAM
O jurista Zeno Veloso (1945-2021), cofundador do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, que morreu neste ano, aos 75 anos, vítima da Covid-19, foi homenageado em um momento emocionante na abertura do XIII Congresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões nesta quarta-feira (27). A homenagem foi conduzida pelo professor José Fernando Simão, diretor nacional do IBDFAM e grande amigo de Zeno, e pelo fotógrafo Guy Veloso, filho do jurista.
Apresentado por Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM, como “filho ilustre de Belém do Pará e pai do IBDFAM”, Zeno Veloso foi deputado estadual e secretário de Justiça do Pará. Autor de várias obras de reconhecimento jurídico e membro da Academia Brasileira de Letras Jurídicas – ABLJ, ele figura entre os doutrinadores mais citados pelo Supremo Tribunal Federal – STF.
O texto "A derradeira despedida", escrito por José Fernando Simão, ficará registrado nos anais do Congresso. Dividido em três partes, “passado, presente e futuro”, o texto reconta momentos do mestre em Direito, notário e professor com amigos, familiares, alunos e associados.
No “passado”, Simão relembra o dia em que recebeu a notícia de internação do jurista – momento no qual o IBDFAM, segundo ele, se uniu em torno da família Veloso. O “presente”, para o autor, é de pranto. “Sentimos faltas do ‘Alô, tudo bem, excelência? Aqui é o Zeno’. Sentimos falta das risadas, e do nosso norte jurídico. Zeno era, para todos, o nosso professor.”
“Ao presente de vazio acadêmico, junta-se a perda de qualidade do debate jurídico. E as dúvidas que restam sem respostas. Dúvidas que, quando respondidas, faziam evoluir o Direito Civil”, reconheceu Simão. Sobre o futuro, ele destacou: “Sem Zeno Veloso, o futuro é certamente mais pobre, menos emocionante e muito menos feliz para todos nós do IBDFAM.”
“Nós, ibedermanos, somos todos filhos socioafetivos de Zeno Veloso, e nessa condição, somos todos herdeiros necessários. E herdamos todos igualmente, sem qualquer discriminação de razão ou origem. Construiremos o futuro sem Zeno fisicamente, mas com ele presente a todo tempo, e o tempo todo”, concluiu.
Amigos herdados
Emocionado, Guy Veloso afirmou que ele e a irmã Lorena Veloso se sentiram honrados pela homenagem prestada no XIII Congresso do IBDFAM. “Somos os herdeiros da obra, de todo o fruto intelectual do que ele produziu, mas, não menos importante, herdamos também os amigos que ele construiu.”
Guy lembrou que o pai sempre buscou o debate com temas novos, pensando na melhoria da vida das famílias. Respeitava todas as religiões, e já até opinou sobre o casamento em terreiro de candomblé como absolutamente legítimo. Quando o debate ainda nascia, mostrou-se favorável ao casamento homoafetivo.
O filho de Zeno também falou sobre “tempos áridos de desgoverno” no Brasil em 2021. “Meus pais pegaram a Covid-19 na mesma semana que iriam se vacinar. E se a vacina não tivesse sido saboatada?”, perguntou, ao finalizar sua fala no evento.
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