Direito de Família na Mídia
Moradores disputam adoção de bebê abandonado
02/04/2008 Fonte: O PovoUm bebê de menos de uma semana de vida,abandonado na tarde de sexta-feira na portaria de um prédio residencial de Brasília, passou a ter sua adoção disputada pelos moradores que o acudiram. A mãe da criança, Farlúcia Rodrigues da Silva, de 23 anos, foi localizada no sábado após a Polícia analisar as fitas do circuito interno de vigilância do edifício. Ela declarou estar arrependida e querendo seu filho de volta.
Em seu depoimento, a jovem, que trabalhava de babá numa quadra próxima ao prédio, afirmou que abandonou o bebê por falta de condições de criá-lo e porque o pai também não demonstrou disposição de ajudá-la financeiramente. Farlúcia relatou que, momentos depois de deixar a portaria do bloco I da Quadra 302 Sul, ficou arrependida e chegou a voltar com o intuito de resgatar a criança.
As primeiras pessoas a verem a criança foram a aposentada Eunice Elena da Silva, 61, e sua filha de criação Rosa Maria Ribeiro, de 40, que moram no bloco vizinho ao I. Duas mães no período de amamentação foram chamadas para dar leite ao bebê, que chorava. Batizado de Renato pelos moradores, o menino foi atendido por uma médica da vizinhança, Patricya Tavares, e encaminhado no mesmo dia ao Hospital Regional da Asa Sul, onde foi hidratado e passa bem.
De acordo com os médicos, o bebê ainda estava com o umbigo em processo de cicatrização no dia em que chegou ao hospital, pesava 3,5 quilos, media 46 centímetros e, pela aparência, deveria ter recém-saído da maternidade.
Segundo a delegada Martha Vargas, da 1ª Delegacia de Polícia de Brasília, a mãe não foi presa, porém será indiciada por abandono de incapaz. Caso seja condenada, a pena varia de seis meses a três anos de prisão. A Vara da Infância e da Juventude também terá de decidir se devolve a guarda da criança à mãe biológica ou se a concede para os interessados em adotá-la.
O menino já recebeu alta, mas deve permanecer no hospital até hoje, pelo menos, quando a Justiça deve decidir se o encaminha a um abrigo ou se concede a guarda.