Na manhã de sexta-feira (03/08/07) o auditório do Ministério Público do Estado de Sergipe ficou pequeno para a quantidade de participantes que ouviam, atentamente, as palestras que marcaram o segundo dia do II Congresso Nordestino de Direito de Família.

Na primeira parte da manhã, o painel `Além do Jurídico: As Interfaces do Direito de Família`, presidido pelo Promotor de Justiça, Dr. Ernesto Anízio Azevedo Melo e secretariado pelo também Promotor de Justiça, Dr. Gilton Feitosa Conceição, foi ministrado pela psicóloga do TJ e membro do IBDFAM-SE, Dra. Alba Germana Abreu Lima; seguida da antropóloga cultural pela UFPE e doutoranda em Saúde Coletiva na mesma instituição de ensino, Dra. Maria de Fátima Lima Santos.

Dando um enfoque atual, a Dra. Alba Germana tratou de questões como: o psicanalista operador do direito; a nova ordem social; o destino da família e o desamparo do mamífero homem e o destino trágico, enfatizando a família, no sentido freudiano, no qual "põe em cena homens, mulheres e crianças que agem inconscientemente como heróis trágicos e criminosos. Nascidos condenados, eles se desejam, se dilaceram ou se matam, e não descobrem a redenção senão ao preço de sublimar suas pulsões." (Roudinesco, A família em desordem).

Por fim, a psicóloga ressaltou o papel do psicanalista operador do direito. "O psicanalista, principalmente aquele que trabalha no jurídico, deve ajustar sua capacidade diagnóstica à singularidade dos casos e das configurações familiares que, paulatinamente, vêm substituindo a norma familiar edípica estruturada a partir da cultura grega e dos valores judaico-cristãos", concluiu.

A segunda palestra, foi ministrada pela antropóloga Cultural, Dra. Maria de Fátima Lima Santos. Ela abordou a família, enquanto construção histórica e cultural. Ainda em sua apresentação, a antropóloga expôs os novos arranjos familiares, como as famílias monoparentais e as famílias homoparentais. " A emergência de famílias constituídas por pais/mães homossexuais, travestis e transexuais no campo social torna obrigatório o enfrentamento de novas demandas e a desconstrução de velhas certezas..."concluiu.