Direito de Família na Mídia
IBGE inclui opção “companheiro do mesmo sexo” no próximo censo
22/04/2007 Fonte: Espaço Vital com informações da Agencia BrasilO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vai trazer, pela primeira vez, no censo de contagem da população, informações sobre o sexo do cônjuge. Isso será possível porque a opção "cônjuge/companheiro do mesmo sexo" foi incluída como possibilidade de resposta para a pergunta sobre a relação do entrevistado com o responsável pelo domicílio.
A opção foi elogiada pelas organizações de defesa dos direitos de gays, lésbicas, bissexuais e travestis (GLBT). "O censo vai mostrar para a sociedade que os homossexuais existem, estão em todos os Estados e em todas as classes sociais”, avalia o antropólogo Luiz Mott, do Grupo Gay da Bahia (CGB).
O GGB já vinha pedindo essa inclusão desde o ano 2000. De acordo com o antropólogo, na última consulta à população realizada pelo IBGE, muitos homossexuais pediram que fosse incluído em suas respostas o fato de viverem com companheiros do mesmo sexo. Para ele, o recenseamento irá demonstrar que a população brasileira é composta por um grande percentual de homossexuais, colaborando para a diminuição do preconceito.
Mas para o coordenador técnico do censo do IBGE, Marco Antônio Alexandre, a mudança não foi feita com o objetivo de revelar o percentual homossexual da população brasileira.
Segundo ele, a forma como a pesquisa era feita, apenas com a opção cônjuge, deixava dúvidas sobre possíveis erros dos recenseadores no momento de assinalar o sexo do entrevistado. "A contagem da população não vai fazer perguntas sobre a opção sexual do entrevistado. Estamos fazendo a melhoria na estrutura de um quesito para obter informações de maior qualidade", explicou.
Marco Antônio acrescentou que será preciso cautela para avaliar os dados. De acordo com ele, o próximo censo será feito apenas em municípios com população inferior a 170 mil habitantes, que juntos representam pouco mais da metade da população brasileira.
Ainda segundo o coordenador, a metodologia da pesquisa, que considera relações domiciliares, só permitirá que sejam contados os casais que residem em um mesmo domicílio.