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Diálogo entre Direito e Psicanálise é tema em destaque no XIII Congresso do IBDFAM
“Direito e Psicanálise” foi o tema do Painel 5, destaque nesta quinta-feira (28), segundo dia do XIII Congresso Brasileiro de Direito das Famílias e Sucessões. O evento, promovido pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, vai até amanhã, sexta (29), com palestras de alguns dos principais juristas do país.
O painel contou com as palestras "Os conflitos familiares entre laços e nós", de Claudia Pretti (ES), "O processo no divã", de Giselle Groeninga (SP) e "A Clínica do Direito", de Rodrigo da Cunha Pereira (MG). Na presidência de mesa, estava Caroline Vidal (MG).
Acolhimento de especificidades
Segundo Claudia Pretti, vice-diretora de Relações Interdisciplinares do IBDFAM, os conflitos familiares costumam ser o eixo central das demandas que chegam aos consultórios dos psicanalistas, assim como nos escritórios dos advogados de Direito de Família e Sucessões. “Estruturalmente desamparado e faltoso, o sujeito humano necessita ser inserido e amparado em sua entrada no mundo por outros.”
A especialista perpassou pelas situações conflituosas mais frequentes enfrentadas na intersecção entre Direito e Psicanálise, como o divórcio. Cada caso merece acolhimento e uma análise específica. Em citação ao dramaturgo Ésquilo, da Grécia Antiga: “Os sofrimentos humanos tem facetas múltiplas. Nunca se encontra uma dor do mesmo tom”.
No estúdio: os palestrantes Rodrigo da Cunha Pereira e Giselle Groeninga. Na tela: a presidente de mesa Caroline Vidal.
Cura de disfunções
“Psicanálise, faz quem quer”, admitiu a psicanalista Giselle Groeninga, diretora de Relações Interdisciplinares do IBDFAM. “Quem busca a Psicanálise é quem tem consciência das próprias dificuldades e disfunções e vislumbra diminuir esse sofrimento desnecessário”, avaliou a palestrante.
Segundo Giselle, é inegável que a família que passa pelo Judiciário e também os profissionais do Direito têm uma grande dose de sofrimento. Em citação ao advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM com quem dividiu o painel, ela disse que “são os restos de amor que vão parar no Judiciário”.
Interdisciplinaridades
Por isso, a Psicanálise se faz tão necessária ao Direito, especialmente o das Famílias. A palestrante falou sobre a importância do afeto enquanto valor jurídico, questão também abordada pelo presidente do IBDFAM. O advogado afirmou que foi instigado pelas interdisciplinaridades desde o início da carreira.
“Conceitos psicanalíticos, como desejo e gozo, ajudam a entender os conflitos judiciais, que são a materialização das realidades subjetivas. Esse entendimento é a nova ética da advocacia, que chamo de Clínica do Direito”, detalhou Rodrigo. Entender o que está por trás de cada demanda é fundamental para uma atuação sensível e eficaz na Justiça, de acordo com o jurista.
Programação
O XIII Congresso do IBDFAM vai até sexta-feira (29), com 87 palestrantes, 28 presidentes de mesa e milhares de congressistas. Acesse o site do evento e programe-se.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br