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Artigo da Revista Científica do IBDFAM questiona por que alguns acordos e decisões judiciais não trazem bons resultados para as famílias
O artigo "Por que alguns acordos e decisões judiciais não funcionam para as famílias?" é um dos destaques da 35ª edição da Revista IBDFAM - Famílias e Sucessões. A autoria é da advogada e mediadora Iane Naia de Oliveira Ruggiero Del Bel.
Partindo da consciência do caráter multifatorial dos conflitos familiares, o artigo elenca alguns fatores não jurídicos comuns a esses conflitos que explicam por que alguns acordos e decisões judiciais não funcionam para as famílias.
Iane Ruggiero diz que os conflitos de família produzem efeitos no mundo jurídico, mas têm base emocional, comunicacional e efeitos práticos financeiros muito mais significativos do que os jurídicos na vida das pessoas.
“Como operadores do Direito, precisamos nos lembrar disso o tempo todo, fugindo da armadilha de entender as ficções e abstrações jurídicas como o todo, esquecendo-nos do óbvio: as relações humanas com as quais estamos lidando”, afirma.
Por isso, ela explica que o artigo lembra desse contexto com o intuito de que as energias dos operadores do Direito se concentrem em fornecer um serviço focado em ajudar as pessoas a resolver as coisas que estão acontecendo com elas.
“Inúmeras mudanças, emoções difíceis, a construção de uma nova vida (muitas vezes, a reconstrução de si mesmo como pessoa separada), uma nova rotina e uma nova forma de se comunicar não baseada na intimidade. Atentar para esses pontos nos leva à conclusão pela relevância de uma abordagem interdisciplinar para os conflitos familiares, que são multifatoriais”, destaca.
Tema é atual
A autora toma por base o filme “História de um casamento”, cujo enredo mostra um casal passando por um divórcio e expõe o distanciamento entre a maneira como o Direito tem lidado com os conflitos familiares e as questões da vida real relacionados a um momento de transição familiar.
“Trabalhando da maneira retratada no filme, profissionais do Direito passam os dias gastando suas energias com movimentos que não produzem resultados favoráveis para ninguém. Isso gera custos emocionais e financeiros desnecessários às partes e sensação de falta de propósito aos profissionais, levando à insatisfação”, enfatiza.
Iane Ruggiero assinala que ao relembrar do caráter humano dos conflitos familiares, o artigo convida o operador do Direito a restabelecer os seus propósitos, resgatando a característica da advocacia e da magistratura como profissões de ajuda.
“Para fortalecer a ajuda que as famílias precisam para estabelecer uma comunicação que viabilize a negociação direta dos reajustes e adaptações necessários, devemos usar o trabalho interdisciplinar com profissionais de psicologia e finanças com uma lógica diferente da culpa e punição”, finaliza.
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