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“26 de março de 2010: o dia da nossa família”
“Os últimos sete anos foram normais, como em qualquer família, biológica ou não”. É desta maneira que a professora Ana Cláudia Barbosa, 47 anos, fisioterapeuta, - casada com Eduardo Rodrigues, 46 anos, desenhista industrial -, moradora do Rio de Janeiro, descreve o convívio com o marido e as duas filhas. Graças ao apadrinhamento afetivo, as fotografias da família passaram a exibir, desde 2010, além do casal, um par de moças lindas. Sara e Maria Clara foram, de início, apadrinhadas, tornando-se, pouco tempo depois, membros do lar dos Barbosa. Quem conta essa história é a própria Ana Cláudia:
“Começamos a frequentar o grupo de adoção em abril de 2009. Durante o período de frequência, mudamos o perfil que buscávamos (pretendíamos adotar uma menina de até quatro anos de idade), pois conhecemos alguns grupos de irmãos, já adotados. Aí a gente ampliou nossa preferência, no próprio Cadastro Nacional da Adoção, para duas meninas que fossem irmãs, com até seis anos [de idade].
Então, quando chegou em dezembro [de 2009], a Vara da Infância de Madureira nos enviou um e-mail, dizendo que havia grupos de irmãos disponíveis para o apadrinhamento afetivo, no período das festas de fim de ano. Eram vários grupos. A maior parte era de adolescentes e crianças, bem maiores do que o que tínhamos definido em nosso perfil.
Havia, porém, um grupo de três irmãs, dentro do perfil que a gente esperava. Era uma menina de nove anos, uma de seis e outra de três. Então, como as duas mais novas correspondiam exatamente àquilo que desejávamos, achamos que lidar com crianças desta faixa etária, além de ser legal para elas, seria excelente para meu marido e eu, já que nunca tínhamos vivido a experiência do cuidado afetivo de uma criança em tempo integral. Foi aí que decidimos fazer o apadrinhamento afetivo. Conhecemos as meninas, fizemos as visitas ao abrigo e, na semana que antecedeu o Natal, levamos as três para casa [para passar as festas de fim de ano].
Curiosamente, embora nosso perfil desejado fosse ao encontro das duas meninas mais novas, tivemos mais empatia com a de três e a de nove [anos]. Foi um período muito interessante. As crianças se adaptaram facilmente ao nosso ambiente familiar. Passeamos bastante, embora tenhamos tido alguns momentos de tensão. Mas, em momento algum, a gente as tratou como coitadinhas. Elas foram tratadas naturalmente.
E aí, quando chegou a primeira semana de janeiro [de 2010], elas retornaram ao abrigo, pois havia terminado o período do apadrinhamento. Portanto, passados cerca de 60 dias - logo depois do Carnaval -, nos foi enviado outro e-mail, dizendo que a Sara e a Maria Clara (exatamente as duas!) estavam disponíveis para adoção. A que tinha seis anos [na época] havia sido adotada por outra família.
Imediatamente demonstramos interesse em adotar as duas, e a partir dali o processo foi rápido, uma vez que elas estavam destituídas da família biológica, e tínhamos habilitação para adotar. Além disso, elas já nos conheciam, e havíamos manifestado interesse em adotá-las. Portanto, a liberação, pela Vara da Infância, foi muito rápida. Só o que demorou um pouco foi a espera para a adoção definitiva. Mas aí, em 26 de março de 2010, data denominada por nós como ‘o dia da nossa família’, elas vieram para casa conosco, em definitivo.”
Sara, Clara e seus pais, Ana Cláudia e Eduardo
Foto: Divulgação
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