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Dia de celebração do Orgulho LGBTI: homenagens e reflexão
O dia 28 de junho é mundialmente afamado. Isso porque, nele, se comemora o Dia do Orgulho LGBTI (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e pessoas intersex). A quarta-feira foi marcada por homenagens à causa, vindas, inclusive, das redes sociais, acompanhadas de manifestos favoráveis de seus respectivos internautas. Marcas famosas também se juntaram à comemoração por meio de propagandas, rechaçando qualquer tipo de preconceito. Por que a questão é comemorada nesta data? Existe algum motivo especial? Houve algum acontecimento marcante que mereça ser relembrado especificamente neste período?
Patrícia Gorisch, presidente da Comissão do Direito Homoafetivo do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), conta que no dia 28 de junho se comemora a rebelião de Stonewaal, ocorrida em 1969, num bar de Nova York (EUA). “Era um estabelecimento frequentado por gays - na época, eles viviam em guetos. Era um bar considerado seguro. As pessoas iam lá com a certeza de que não iriam sofrer homofobia. Acontece que, neste dia, e de forma reiterada, a polícia deu uma de suas costumeiras ‘batidas’, o que sempre resultava em prisões. Desta vez, porém, uma mulher se rebelou com relação à ‘batida’, entrou no bar e fechou os policiais lá dentro, deixando-os presos”, conta.
Gorisch continua: “Aí ficaram os gays dentro do bar, junto dos policiais. Logo depois teve reforço, briga, tiro, prisões. No entanto, esse foi o ponto crucial para que, efetivamente, os gays tomassem coragem e dissessem: ‘Chega!’ E, por conta desta rebelião, eles se organizaram e, já no ano seguinte [1970], nesta mesma data, realizaram a primeira parada LGBT do mundo, quando, então, as pessoas foram ao evento vestidas com suas roupas de trabalhadoras. Assim, o empresário foi de terno e gravata, a secretária executiva foi de terninho… a ideia era justamente mostrar o seguinte: ‘Nós somos gays, travestis, transexuais, lésbicas, bissexuais, mas a gente é, também, o professor na escola, o empresário, a advogada...’. A ideia era mostrar que essas pessoas existem, estão na sociedade e devem ter seus direitos respeitados”.
De acordo com ela, entretanto, não se pode apenas comemorar e celebrar a data, pois há motivos para se lamentar. “É um dia de reflexão. Eu sempre digo que temos, no nosso país, os mais altos índices de homofobia e transfobia do mundo! E, neste quesito, pouquíssimas coisas mudaram. Apesar dos grandes avanços no Direito Civil, a gente ainda não tem direito igualitário na sua totalidade e segurança”, pondera. “Tivemos a maior parada LGBTI do mundo, realizada em São Paulo [no último dia 18]. Os três milhões de pessoas presentes no evento podem se casar, mas não podem andar na rua, de mãos dadas com seu companheiro. Sendo assim, é um dia para que pensemos no que ainda pode mudar”, adverte.
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