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Uma família italiana muito especial
“Em coração de mãe, sempre cabe mais um”. A vida de Irene Zagni, médica italiana, 45 anos, confirma o dito popular. Seu amor, no entanto, não só extrapolou limites do sentimento como ultrapassou os nove mil quilômetros que separam Verona, na Itália, do Rio de Janeiro. Diante da impossibilidade de engravidar, Irene e o marido, o construtor Emanuele Bonizzato, 53, recusaram métodos artificiais e decidiram adotar. Sob a orientação de serviços sociais e do Tribunal do país europeu, optaram por vir ao Brasil à procura do primeiro filho. Hoje, mãe dos brasileiros Matheus, 10, Jadson, 14, e Renan, 15, ela é, ao lado da família, um exemplo bem-sucedido de adoção internacional.
“Emanuele e eu sonhávamos em ter uma família grande. Como os ‘filhos naturais’ não vieram, começamos o caminho para adoção e, pelo fato de que na Itália o processo é muito demorado, partimos para a adoção internacional”, conta Irene. O casal não apontou restrições quanto a crianças com problemas de saúde. “Em 2009, adotamos o Renan [à época com 7 anos], abandonado 40 dias após seu nascimento e portador de paralisia infantil. No início, ele não falava e andava com muita dificuldade. Porém, com tratamento médico, carinho e amor, melhorou muito”, recorda.
A “mamma” revela que o garoto começou a falar, frequentar a escola e se relacionar com sua família e demais pessoas. A partir daí, o desejo de ter outros filhos aumentou, e o casal, apaixonado pelo Rio de Janeiro, retornou ao Brasil. “No final de 2013, adotamos o Matheus [à época com 6 anos]. Inicialmente, não foi fácil estabelecer relação com ele, pelo fato de ter tido desintegrada suas ligações com os irmãos biológicos. Mas com o tempo, amor e paciência, foram construídas ligações afetivas significativas entre ele e nossa família, inclusive com Renan, seu ‘novo’ irmão”.
Irene e Emanuele não pararam por aí, e receberam Jadson, à época com 12 anos. Foi em dezembro de 2015, quando o garoto foi à Itália para um intercâmbio cultural. “Era um adolescente carinhoso, que adorava estudar. Se apaixonar por ele não foi difícil. Jadson ficou em nossa casa durante um mês. E, neste período, expressou o desejo de passar o aniversário conosco, na Itália. Tempo depois, providenciamos a viagem e ele veio. Além de meu marido e eu, Renan e Matheus também queriam que Jadson ficasse conosco, definitivamente. Portanto, falamos com a juíza da vara sobre nossa intenção em adotá-lo, e demos início a um novo caminho para a adoção internacional”.
Cercada pelo carinho dos filhos, a italiana experimenta a satisfação de ter proporcionado aos garotos uma chance que dificilmente teriam, caso permanecessem no Brasil. Hoje, Renan, Matheus e Jadson estão totalmente adaptados à família afetiva e à Itália. Os três, no entanto, têm um desejo em comum: querem uma irmãzinha! E agora, Irene?
Jadson (casaco vermelho), Matheus (blusa cinza), Renan (blusa branca) e sua “mamma” Irene
Foto: Divulgação
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