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Evento debate direito e psicanálise em São Paulo
O visível e o oculto na judicialização da sociedade contemporânea. Esse é o tema em pauta na VI Jornada Psicanálise e Direito que acontece nos dias 10 e 11 de junho, em São Paulo. O evento é uma tradicional parceria do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) e da Sociedade de Psicanálise de São Paulo, e a primeira com a participação do Comitê de Psicanálise e Lei da IPA – Associação Psicanalítica Internacional.
“A cada congresso nos surpreendemos com o reconhecimento pelos operadores do Direito da necessidade deste diálogo nos mais diversos temas que tocam o Direito das Famílias”, diz a psicanalista Gisele Groeninga, diretora nacional do IBDFAM. “Surpreende também o quanto o diálogo torna mais ampla a visão do direito e mais flexível sua prática e menos sobrecarregado o profissional”.
O objetivo, explica Gisele, é ampliar a troca entre psicanálise e direito estabelecendo com mais clareza suas áreas de colaboração e de competência. “Quanto às áreas de competência, isto não quer dizer que sejam áreas de exclusão ou proibidas ao conhecimento, muito pelo contrário. A soma da compreensão dos aspectos manifestos e dos aspectos latentes à compreensão de aspectos objetivos e subjetivos a todos beneficia, e, sobretudo, aqueles que nos procuram em seu sofrimento”, destaca.
Para Gisele, a troca interdisciplinar entre direito e psicanálise permite compreender e abordar a complexidade das relações familiares de forma mais digna e justa. Isto porque o equilíbrio entre as disciplinas favorece que se contemplem aspectos objetivos e subjetivos das relações de forma equilibrada. “O resultado da interdisciplinaridade é também o fortalecimento de cada disciplina, e o direito de família e a psicanálise têm ganhado muito nesta troca. Ou seja, a interdisciplinaridade traz, também, a valorização e o reconhecimento profissional”, afirma.
Segundo ela, o elo de ligação entre essas duas disciplinas é a busca da realização. Do lado do direito, a realização dos direitos da personalidade, do lado da psicanálise, a realização do potencial humano que, por sua vez, se traduz nos direitos da personalidade. “Costumo dizer que ambas as disciplinas buscam o direito a ser humano”, diz.
Para ela, a colaboração entre as duas áreas é cada vez mais fundamental para os dois profissionais. “Os profissionais do direito ganham em competência para compreender os aspectos mais subjetivos que, muitas vezes, acabam por interferir em suas práticas. Os profissionais da psicanálise têm a ganhar, e muito, não só com o conhecimento dos temas que desafiam o direito de família, e também aos psicanalistas, mas também ao perceber que para muitas das questões que lhes são trazidas há outros profissionais sensíveis ao sofrimento, só que com outro instrumental”, reflete.
A psicanalista destaca que há um encadeamento de todos os temas que serão discutidos no evento. No entanto, três deles necessitam de um debate urgente - a (In)capacidade civil, que se refere ao Estatuto da Pessoa com Deficiência, e a lei já apresenta diversas lacunas; a (multi) parentalidade e o abandono afetivo.
A juíza Andrea Pachá, vice-presidente da Comissão dos Magistrados de Família do IBDFAM, e Giselle Groeninga examinarão a Judicialização da Sociedade. A (In) Capacidade Civil será discutida pelo advogado João Aguirre, presidente do IBDFAM(SP) e o psicanalista Elias Abdala Filho. O advogado Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do IBDFAM, e o psicanalista Plínio Montagna debaterão a (Multi) Parentalidade.
Confira a programação completa: http://www.sbpsp.
Serviço:
VI Jornada Psicanálise e Direito
Realização: Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo
Apoio: IBDFAM
Data: 10 de junho, das 15h30 às 19h, e 11 de junho, das 9h às 12h30.
Local: Auditório Sigmund Freud, à Avenida Dr. Cardoso de Melo, 1450, Vila Olímpia, São Paulo.
Informações: www.sbpsp.org.br
Contato: (11) 2125-3700
Ficha de inscrição: https://ssl5929.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br