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Divórcios caem e casamentos sobem em 2024, aponta IBGE
O Brasil registrou, em 2024, um cenário inédito nas Estatísticas do Registro Civil: aumento no número de casamentos e queda nas dissoluções de casamentos. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE na quarta-feira (10).
Segundo o levantamento, foram contabilizados 948,9 mil casamentos civis em 2024 – alta de 0,9% em relação ao ano anterior, quando ocorreram 940,8 mil. Apesar do crescimento, o volume ainda está abaixo dos níveis pré-pandemia: em 2019, o país registrou 1 milhão de casamentos, e a média anual entre 2015 e 2019 foi de quase 1,1 milhão.
O movimento de recuperação vem após a forte queda registrada em 2020, ano da pandemia, quando os casamentos despencaram para 757,2 mil. Desde então, os números voltaram a superar a marca de 900 mil, embora ainda distantes do pico histórico.
Divórcios têm primeira queda desde 2020
Na contramão dos casamentos, os divórcios diminuíram. Em 2024, o Brasil registrou 428,3 mil nos âmbitos judiciais e extrajudiciais – queda de 2,8% em comparação a 2023, quando foram contabilizados 440,8 mil divórcios, o maior número desde 2009.
O recuo interrompeu uma sequência de três anos de altas. Apesar disso, segundo o IBGE, ainda não é possível afirmar que há tendência consolidada de redução.
Entre as regiões, o Norte foi o único a registrar aumento nos divórcios (9,1%). As demais tiveram queda: Centro-Oeste (-11,8%), Nordeste (-3,1%), Sudeste (-2,5%) e Sul (-1,4%).
A taxa geral de divórcios por mil habitantes coloca Rondônia na liderança, com índice de 4,9, seguida por Distrito Federal (3,8) e Mato Grosso do Sul (3,7). A menor taxa do país foi registrada em Roraima (0,2).
Ainda segundo o IBGE, os dados sobre divórcios se referem apenas a casais heteroafetivos. Embora o Instituto registre casamentos homoafetivos desde 2013, os cartórios ainda não fornecem informações suficientes para contabilizar divórcios de casais do mesmo sexo.
Os dados também mostram mudanças no comportamento familiar. Em 2024, os brasileiros se casaram mais tarde e se divorciaram mais cedo:
- Idade média ao casar: 31,5 anos para homens e 29,3 anos para mulheres;
- Idade média ao divorciar: 44,5 anos para homens e 41,6 anos para mulheres;
- Tempo médio entre casamento e divórcio: 13,8 anos (em 2010, era cerca de 16 anos).
As Estatísticas do Registro Civil reforçam que tais transformações refletem um contexto de novas dinâmicas afetivas, maior autonomia individual e mudanças socioculturais que impactam diretamente as configurações familiares contemporâneas.
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