A alta da inflação no Reino Unido, na Europa, tem impactado na diminuição do número de divórcios. Estudos divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística Britânico – ONS mostram que casais infelizes com o relacionamento têm adiado o divórcio devido aos altos custos de vida no país.

Segundo o relatório, a proporção de pessoas infelizes no casamento atingiu 6% em 2022, o maior índice desde 2014. Por outro lado, os divórcios na Inglaterra e no País de Gales estão no nível mais baixo desde 1971, de acordo com dados publicados no início deste ano de 2024. O número de divórcios caiu 30% em relação ao ano anterior.

Os dados coincidem com a alta na inflação do Reino Unido, o que reduziu a renda das famílias e aumentou o custo de vida, desde contas de energia até alimentos e aluguel.

As taxas de juros hipotecárias impostas pelo Banco da Inglaterra para conter o aumento dos preços também elevaram o custo de possuir e alugar imóveis, e também elevaram o custo de dissolver parcerias de longo prazo.

A Stowe Family Law, firma britânica especializada em Direito das Famílias, mostrou que o mercado imobiliário foi uma das principais razões pelas quais casais adiaram o divórcio.  Mais de 30% das 500 pessoas entrevistadas pela organização disseram manter seus casamentos porque não teriam condições de morar sozinhas.

Ao mesmo tempo, a crise econômica é apontada como uma das razões pelas quais muitos relacionamentos azedaram nos últimos anos. Mais de 50% dos entrevistados afirmam que a crise do custo de vida afetou o relacionamento.

Os entrevistados citaram problemas relacionados ao aumento das contas de serviços públicos e alimentos, e preocupações de que não conseguiriam manter o estilo de vida atual, disse o relatório.