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IBGE: Brasil tem quase 1,9 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2022, divulgados nesta quarta-feira (20) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, mostram que o Brasil tem quase 1,9 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil.
O número equivale a 4,9% do total de jovens entre 5 e 17 anos. Esse contingente havia caído de 2,1 milhões (ou 5,2%) em 2016 para 1,8 milhão (ou 4,5%) em 2019, mas voltou a subir em 2022.
A pesquisa também apontou que, em 2022, 756 mil crianças e adolescentes exerciam atividades da Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil – Lista TIP, do Governo Federal, que elenca as piores formas de trabalho infantil no país. No geral, são serviços que envolvem risco de acidentes ou são prejudiciais à saúde.
A lista inclui trabalho na construção civil, em matadouros, oficinas mecânicas, comércio ambulante em locais públicos, coleta de lixo, venda de bebidas alcoólicas, entre outras atividades.
Os dados mostram que a incidência do trabalho infantil aumenta com o avanço da idade. Em 2022, 1,7% das crianças de 5 a 13 anos trabalhava no Brasil, enquanto no grupo de 14 e 15 anos, a porcentagem era de 7,3%. O número mais que dobrou entre adolescentes de 16 e 17 anos, alcançando 16,3%.
Em relação à frequência escolar, a pesquisa constatou que 98% das crianças de 5 a 13 anos estudam, seja na população total ou entre as que estavam em situação de trabalho infantil.
A diferença surge, contudo, na faixa etária de 14 e 15 anos: 98,5% do grupo frequenta a escola, enquanto entre os trabalhadores infantis, a porcentagem cai para 96%.
Na divisão por gênero, o rendimento das meninas em situação de trabalho infantil (R$ 639) é equivalente a 84,4% do rendimento dos meninos (R$ 757).
Da mesma forma, o rendimento das crianças e adolescentes pretos ou pardos (R$ 660) é equivalente a 80,8% do rendimento dos brancos (R$ 817) nessa situação.
Os dados também apontam que mesmo os jovens que trabalham 40 horas ou mais na semana não recebem um salário-mínimo.
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