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No Dia Mundial da Infância, especialista não vê razões para comemorar
Assegurar direitos, oportunidades e a proteção integral de crianças e adolescentes é uma meta consagrada nos direitos fundamentais inscritos na Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (8.069/1990), e reafirmada no Dia Mundial da Infância, celebrado nesta terça-feira, 21 de março. A data, instituída pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância – Unicef, propõe reflexões sobre temas caros aos infantes.
O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM se mantém atento ao debate em defesa dos direitos desse grupo vulnerável. Neste sentido, apoia e promove iniciativas relevantes como o Crianças Invisíveis, projeto que busca diagnosticar entraves existentes nas áreas do acolhimento institucional e familiar de crianças e adolescentes e da adoção para propor uma agenda positiva em âmbito social, político, legislativo e científico.
Presidente da Comissão Nacional de Adoção do IBDFAM, a advogada Silvana do Monte Moreira explica que a data tem o objetivo de promover uma reflexão sobre a defesa dos direitos das crianças, com ênfase para os cuidados nos primeiros mil dias de vida, “período decisivo para o desenvolvimento integral”.
Prioridade absoluta
“A Unicef divulgou recentemente que temos hoje, no Brasil, 35 milhões de crianças em situação de pobreza e com isso vislumbramos inúmeras supressões de direitos ao amplo e completo desenvolvimento para o pleno exercício da autonomia”, aponta a especialista.
Neste contexto, a advogada afirma que não vê “razões para comemorar”. “Não evoluímos, ainda, dos quatro anos passados de ausência de políticas públicas para a infância, e não me refiro apenas ao Executivo, pois o Judiciário continua a não tratar infância com a prioridade absoluta que faz jus.”
“Faço uma fala direta da Semana da Valorização da 1ª Infância na Escola da Magistratura do Rio de Janeiro – EMERJ, cobrando o cumprimento do Provimento 36 do Conselho Nacional de Justiça – CNJ, vez que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro – TJRJ continua cumulando a competência Infância e Juventude com Idoso, além de não prover os cargos de psicólogos e assistentes sociais em número adequado e previsto no referido provimento. Sem esse cumprimento, esses 1.000 dias tão importantes para a formação da personalidade da criança são, pela excessiva morosidade do Judiciário e falta de equipes interdisciplinares e serventuários, passados total ou parcialmente no acolhimento”, comenta a advogada.
Segundo Silvana, proteger a infância em seu superior interesse com prioridade absoluta deve ser a meta dos três Poderes e da sociedade civil. “Afinal, qual o futuro de um país que não cuida da sua infância?”
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