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O sintoma da criança nos litígios parentais é foco de artigo na Revista IBDFAM
Entre os destaques da 52ª Revista IBDFAM: Famílias e Sucessões, está o artigo “Um corpo que fala – o lugar do sintoma da criança nos litígios parentais”, da psicanalista Claudia Pretti Vasconcellos Pellegrini, diretora nacional do IBDFAM. Assine para conferir, na íntegra, o conteúdo da publicação.
O texto tem como base a experiência da autora no atendimento de crianças no consultório. “Observei que as crianças que vivem imersas em um ambiente conflituoso, de litígio ou de alienação parental, sofrem grandes prejuízos.”
“Esses prejuízos se apresentam não somente na esfera emocional, mas também em manifestações no corpo, ou seja, somáticas. Alguns sintomas são comuns e se repetem, tais como as manifestações na pele, quadros de alergias graves, enjoos e dores abdominais sem explicação médica e sem origem orgânica”, explica Claudia Pretti.
A especialista afirma que essas manifestações no corpo podem ser lidas como “um apelo, uma tentativa de falar que algo não vai bem, e ainda, como uma forma de a criança se colocar nesse contexto tão desfavorável”.
“Isso permite um trabalho de elaboração e ressignificação daquilo que está na origem do sintoma, deslocando-o e permitindo que a criança possa se posicionar de outra forma. É um trabalho que permite ainda uma intervenção na dinâmica familiar, tão importante para o bom andamento da saúde tanto física quanto emocional dos filhos”, comenta.
Invisibilidade
Segundo a psicanalista, é comum que as crianças e adolescentes que passam por grandes litígios parentais fiquem em um lugar de invisibilidade e de objeto de disputa, “o que atinge em cheio o bom andamento de seu desenvolvimento”.
“É sabido que não se tem necessidade de família para produzir filhos, nem para produzir sujeitos de direito. Contudo, para produzir sujeitos de desejo, a função de transmissão exercida pela parentalidade e pela família é fundamental, independente de sua configuração”, reconhece a autora.
Claudia Pretti destaca que, no cenário atual do Direito das Famílias e Sucessões, e na visada proteção e garantia do melhor interesse da criança e do adolescente, levar em conta que as manifestações sintomáticas portam um dizer a respeito do contexto no qual a criança está envolvida é fundamental.
“Tomá-la como sujeito de desejo e não apenas como sujeito de direitos faz uma diferença enorme até mesmo naquilo que é definido e nomeado como ‘melhor interesse’. Assim, uma escuta e uma leitura atentas e amplas permitem que as decisões e as intervenções no âmbito jurídico sejam mais eficazes e condizentes com as necessidades apresentadas por cada caso, aproximando-as mais do verdadeiro conceito de justiça”, conclui.
A Revista Científica é totalmente editada e publicada pelo Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM. A assinatura pode ser feita pelo site ou pelo telefone (31) 3324-9280.
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