A resolução de conflitos pode, em última análise, usar técnicas de construção de pontes entendidas dentro de toda sua carga simbólica. Como conceito, a Mediação, uma dessas técnicas, usa a força gerada pelo conflito, tomado como o choque de forças antagônicas, para retirar dela exatamente o poder positivo que em certos casos e circunstâncias podem servir como fator motivacional de atividade criadora. Se são muitas as forças que geram conflitos também são muitas as pontes que podem ser estendidas entre vários ramos do saber para criar formas e meios de resolvê-los de forma eficaz buscando o interesse comum, propondo-se a pacificação, o reequilíbrio, separando o subjetivo do objetivo, trabalhando com o outro e não contra o outro ... E quem não conhece famílias concretas, reais, terrivelmente reais, que se sustentam sobre ligações potencialmente explosivas e chegam mesmo à explosão. Quando a situação se manifesta dessa forma uma alternativa é fomentar a guerra, a outra é estender pontes entre as pessoas, provocar conhecimento das coisas escondidas no âmago de interesses e desejos, mostrar alternativas, criar estímulos de convivência pacífica, aproximar identidades e afastar antagonismos.

Este é exatamente o enfoque do livro Mediação Familiar. O seu desafio maior foi o de construir pontes para o entendimento e afastar os sinais da guerra. Apoderando-se dessa idéia mestra com firmeza os autores reúnem conhecimentos multifacetados da psicologia, do serviço social e do direito, adquiridos pelo estudo e na experiência vivida que convergem para construir um método original de solução pacífica de conflitos gerados no seio da família no exercício da suas práticas e relacionamentos: a Mediação Familiar.