Direito de Família na Mídia
Agressão difícil de identificar
02/05/2011 Fonte: Jornal O TempoA psicóloga escolar Simone Ferreira explica que uma das facetas do bullying é a repetição. "Um desentendimento isolado não é considerado bullying, mas, quando se repete, é preciso acender o alerta", afirma.
"Meu filho sofre com bullying", "Acho que meu colega está sendo vítima". Essas são frases que Kelly Cristina de Moura, coordenadora de um projeto contra a prática no Colégio Santo Agostinho, em Nova Lima, na região metropolitana da capital, costuma ouvir. "O termo está popularizado. É preciso analisar os casos e conversar com todos antes de dar um diagnóstico. Muitas vezes, o ocorrido foi um desentendimento isolado", explica.
A psicóloga observa que além de uma boa conversa, a solução dos casos passa por um acompanhamento psicológico, tanto do agressor quanto da vítima. "Quem pratica a agressão está demonstrando que precisa de atenção. As consequências da violência sobre a vítima vão desde uma queda no desempenho escolar até depressão", conta.
O promotor mineiro Lélio Braga Calhau, autor do livro "Bullying: o que você precisa saber" acredita que o melhor caminho para coibir a violência é a prevenção e o diálogo, mas ele aconselha que, em casos de persistirem as agressões, a Justiça deve ser acionada.
"Quando vi meu filho chorando e inventando mentiras atrás de mentiras para não ir à escola, não tive dúvidas de que era bullying. Conversei com a direção, a família do outro menino foi chamada e hoje ele está recuperado. Os colegas o chamavam de 'gayzinho' só porque ele era mais tímido", conta a mãe de um garoto de 11 anos, que estuda em uma escola particular na região Centro-Sul da capital.
Violência. Belo Horizonte é a segunda capital com o maior índice de bullying do país. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizada em 2009 mostra que 35,3% dos alunos mineiros entrevistados declararam ter sofrido esse tipo de violência nos últimos 30 dias. A capital mineira só perde para Brasília (35,6%).
De cada dez estudantes, três disseram ter sido vítima de bullying nos últimos 30 dias.