Direito de Família na Mídia
Comissão cobrará aplicação do Estatuto do Idoso
26/06/2005 Fonte: Agência Câmara em 23/06/05A deputada Maria do Rosário (PT-RS), vice-presidente da Comissão de Educação e Cultura, informou que vai solicitar ao Conselho Nacional de Educação (CNE) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) informações sobre a implementação de medidas previstas pelo Estatuto do Idoso. Entre essas medidas, a deputada destacou a inserção de matérias nos currículos dos cursos de graduação sobre o envelhecimento.
Maria do Rosário fez o anúncio durante audiência pública que discutiu a necessidade de preparação de recursos humanos especializados em envelhecimento, realizada nesta manhã pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Educação e Cultura.
Estatuto
O Estatuto do Idoso, aprovado em 2003, estabelece que deverão ser inseridos nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal conteúdos voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso. No capítulo destinado à educação, o estatuto determina ainda a facilitação do acesso do idoso à educação, com adequação de currículo, metodologia e material didático, e a criação de universidades abertas para as pessoas idosas.
Para o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), a discussão para a aprovação do estatuto na Câmara mostrou que os parlamentares ainda não perceberam a importância dos temas relativos ao envelhecimento. "Não criamos estratégias de acompanhamento da implantação de políticas para os idosos, que é o mais importante", destacou.
Recursos humanos
A coordenadora do curso de mestrado em Gerontologia da PUC-SP, Suzana Medeiros, defendeu que uma boa formação de profissionais capacitados a lidar com idosos passa pela mudança "do olhar" que a sociedade reserva ao envelhecimento. Segundo ela, a velhice é o "tema do século 21", uma vez que a metade da população mundial terá mais de 60 anos em 2050.
Para o coordenador da pós-graduação em Gerontologia da Universidade de Passo Fundo (RS), Agostinho Both, o investimento em conhecimento científico, que resultou na elevação da expectativa de vida da população, não foi acompanhada pela preocupação com a qualidade de vida na terceira idade. Por isso, disse ele, é urgente que o Brasil se prepare para atender ao crescente número de idosos. "Essa preparação cabe, prioritariamente, às secretarias estaduais de Saúde, Educação e Assistência Social, que são os responsáveis diretos pelas equipes que trabalham com idosos", afirmou.
Papel das universidades
Já o professor Emílio Jeckel, coordenador do curso de mestrado em Gerontologia Médica da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), considera que as universidades também têm um importante papel a cumprir na formação de profissionais qualificados para o atendimento ao idoso. "São esses profissionais formados pelas universidades que vão abastecer as instituições sociais de conhecimento e de pessoas preparadas para atuar com o idoso na sociedade", explicou. Mas, para isso, o professor defendeu o aumento na capacidade dessas instituições de investigar os temas relativas ao envelhecimento.
O deputado Átila Lira (PSDB-PI) cobrou das universidades que têm centros de gerontologia o compartilhamento de suas pesquisas com outras instituições brasileiras. De acordo com Emilio Jeckel, "existem recursos tecnológicos para isso, e os custos são baixos. É preciso que as instituições financiadoras, como a Capes e o CNPq, invistam nisso", defendeu.