Mesmo que a segunda mulher não consiga provar uma união estável paralela ao casamento do marido, a legislação brasileira garante direitos iguais aos filhos, independentemente de como os tribunais vejam o relacionamento entre os pais.

“A polêmica é discutida apenas no âmbito dos cônjuges, já que os filhos têm plena igualdade de direitos e não pode haver nenhuma discriminação. No caso de partilha da herança, por exemplo, todos recebem igualmente”, lembra o advogado Francisco Cahali.

Além de resolver as questões legais, é comum que os filhos do casamento “oficial” queiram conhecer os “novos” irmãos. “A revelação de uma segunda família cria uma situação de curiosidade, de atração por parte desse fantasma. Eles querem descobrir o que tinha detrás da cortina”, diz a terapeuta Magdalena Ramos.

Mas aceitar essa novidade não quer dizer que os irmãos conseguirão criar uma relação estreita. Tudo depende do grau de maturidade dos envolvidos. “Os filhos percebem que tiveram de engolir coisas que incomodavam, como a ausência do pai. Acabam se sentindo excluídos da realidade da própria família. Por isso, não é incomum que fiquem revoltados. É doído para todos”, lembra a especialista.