Direito de Família na Mídia
Para pessoas que querem adotar, cadastro é esperança de redução na espera
07/05/2008 Fonte: Agência BrasilBrasília - Há seis meses a catarinense Ana Maria Pereira, 44 anos, funcionária pública, busca uma criança para adotar. Ela é uma das 3 mil pessoas que aguarda na fila de adoção no estado de Santa Catarina. Ana conta que a decisão pela adoção foi tomada sozinha depois de ter perdido um bebê em uma gravidez mal sucedida há quatro anos e receber o diagnóstico médico de que não poderia ter filhos. O problema acabou gerando a separação do marido que era contra a adoção ou métodos artificiais para tentar uma nova gravidez. Segundo Ana, o processo de habilitação foi rápido, em torno de um mês. Entretanto, na própria Vara da Infância e da Juventude, ela foi informada de que o tempo de espera na fila poderia durar de três a quatro anos. No caso de Ana, o cadastro pode significar o acesso a um bebê de quatro meses que está sendo atendido no abrigo em que ela que trabalha como voluntária em Florianópolis. "Ele foi encontrado na rua e ainda não está disponível para adoção, mas é de outra cidade. Com o cadastro unificado agora pode ficar mais fácil adotá-lo quando saírem os papéis da Justiça." Ana busca uma criança de até 12 meses, da cor branca e considera que o bebê pode ter problemas de saúde, desde que tratáveis. Para ela, restrições Em relação à escolha da raça, a funcionária pública diz que a opção envolve questões familiares e também a preocupação de que a criança passe por constrangimentos no futuro. "Fica mais difícil de dar respostas. Na escola, por exemplo, os amiguinhos vão sempre perguntar: por que sua mãe é branca e você não?" O empresário Sérgio Kato e a mulher Elisabete, que é analista de sistemas, entraram na fila de adoção em Florianópolis em dezembro do ano passado já sabendo das dificuldades de encontrar bebês para adoção. Por isso, tentaram restringir menos a escolha e definiram que a criança a ser adotada pode ter entre até 4 anos de idade. Para Sérgio, o cadastro vai facilitar a vida para os pretendentes e para as crianças que esperam pela adoção no país. "Eu acredito que com a unificação, o fato de eu estar cadastrado nacionalmente e a possibilidade de surgirem crianças que coincidam com o perfil que estou esperando, vai facilitar a vida tanto para a gente que está esperando por um filho adotivo como para as crianças que aguardam para ser adotadas", disse. O casal, de origem oriental, decidiu pela adoção depois de dez anos tentando ter um filho biológico. Segundo eles, a única restrição com relação à criança é que ela não seja negra. "Nós vemos que o processo de adoção para a família já é de difícil inclusão. Há certas dificuldades, entre os orientais, com a cor. Então, para não dificultar ainda mais o processo, fizemos essa restrição", explicou Kato.
"Eu nem sabia que poderia adotar sozinha. Quando descobri essa possibilidade, adotar foi a primeira decisão que tomei depois de me separar."
Para a funcionária pública, a criação do Cadastro Nacional de Adoção