Direito de Família na Mídia
Pesquisadores crêem em rede de informações sobre células-tronco
10/03/2008 Fonte: Agência BrasilMesmo com o adiamento da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre o Artigo 5º da Lei de Biossegurança, que autoriza o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas, o Ministério da Saúde manteve a decisão de criar o Instituto Nacional de Terapia Celular. Pesquisadores da área manifestam expectativa diante da possibilidade.
O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, informou na última quinta-feira (6/03) que a rede brasileira de terapia celular deverá estar em atividade em abril. Segundo Temporão, o INTC será uma rede de conhecimentos virtual, para troca de experiências sobre pesquisas com células-tronco por um conjunto de instituições de pesquisas, centros universitários e institutos, como o Instituto Nacional do Câncer e o Ludwig em São Paulo. Há dois anos o país conta com uma rede de banco de sangue de cordão umbilical e placentário, com quatro laboratórios e cerca de 5.000 cordões armazenados.
Para o pesquisador Antônio Campos de Carvalho, do Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, a iniciativa do governo é fundamental para que o Brasil permaneça na posição de destaque que alcançou nessa área e possa oferecer à sociedade as melhores opções em termos de medicina regenerativa no futuro.
"A criação de um instituto nacional permitirá organizar e coordenar as pequisas e criar as condições de infra-estrutura para que os grupos de pesquisa tenham acesso mais fácil a reagentes, equipamentos, cursos de treinamento para os estudantes e técnicos", prevê. "Com uma coordenação centralizada, penso que avançaremos com mais rapidez e eficiência nas pesquisas e aplicações das células-tronco."
Carvalho avalia que a interrupção do julgamento no STF não irá interferir no resultado final, e que deve ser indeferida a ação direta de inconstitucionalidade contra o uso das células-tronco embrionárias. "Espero apenas que o Supremo não adie o julgamento por muito tempo, pois essa indefinição certamente não ajuda no desenvolvimento da pesquisa", comenta.
Para o pesquisador José Eduardo Krieger, diretor do Laboratório de Genética e Cardiologia Molecular do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, a criação do INTC consolida um posicionamento do governo federal de financiar mais pesquisas.
"Os agentes de financiamento foram muito felizes quando aproveitaram esse nicho de oportunidade que foi a criação de uma coisa nova nesses últimos sete anos: a perspectiva de fazer a reparação de órgãos adultos com terapias celulares e fazer o investimento, porque identificaram que existia uma massa crítica incipiente de pesquisadores no país".