Direito de Família na Mídia
Pais enfrentam dificuldades para acompanhar pré-natal e parto nos hospitais
13/08/2007 Fonte: Agência BrasilUma lei federal de 2005 garante que a mulher tenha direito a um acompanhante durante o trabalho de pré-parto, parto e pós-parto. Nesse momento tão especial que é a chegada de um filho, nada mais natural do que o pai querer estar presente, já que há esse direito assegurado por lei.
Mas nem sempre a determinação legal é cumprida, como aponta uma pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto Papai. O documento mostra que as maternidades de Recife (PE) não estão garantindo a presença do acompanhante, seja devido à falta de estrutura material e física das unidades, do despreparo do acompanhante e da resistência da equipe médica.
E esse não é um problema exclusivo de Recife. De acordo com o diretor do Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde, Adson França, é necessário que maternidades de todo o país façam adequações físicas para acomodar os acompanhantes. Agora em 2007 o Ministério da Saúde libera R$ 30 milhões para esse fim.
"Estamos buscando ajudar por meio de recursos e de apoio técnico os gestores para que adequem as maternidades para acolher o acompanhante", afirma França.
Estar presente durante as consultas do pré-natal também é um mais que um direito, é um dever dos futuros pais. Porém, o ministério constata que a participação masculina ainda é pequena no Sistema Único de Saúde (SUS). "A presença masculina no pré-natal é maior junto aos planos privados de saúde. No SUS a participação do homem ainda é pequena", diz Adson França.
Ele aponta que as razões podem ser a dificuldade das pessoas de baixa renda de se ausentarem do trabalho para acompanhar a consulta e também a falta de conhecimento sobre a importância do pré-natal. Segundo o diretor, o SUS vem estimulando as unidades de saúde da família e unidades básicas a incentivarem os pais a participar de palestras para entender o significado do pré-natal.
A humanização do atendimento à mulher é um dos pontos previstos na Política de Planejamento Familiar lançada pelo governo federal em maio deste ano. A política prevê para isso a implantação do programa Maternidade Amiga da Mulher.
O funcionário público Paulo Souza de Oliveira, 43 anos, com três filhos, casado há 21 anos, conta que a "maior emoção da vida" foi assistir ao parto do pequeno Eduardo, hoje com dez meses.
"Foi a maior e a melhor emoção que já tive na minha vida. Eu recomendo esse experiência. Foi uma gravidez tardia depois de 15 anos [do nascimento da irmã do bebê, Maria Luiza]. Fiz questão de estar ao lado dela [da esposa, Lizana Maria Strazer Lima, funcionária pública] nesse momento."
Oliveira disse ainda que se arrepende de não ter assistido ao parto dos outros dois filhos. "No caso do primeiro filho [José Guilherme], eu era ainda era muito jovem, 21 anos, não tinha idéia da dimensão desse fato. No nascimento da segunda filha não consegui chegar a tempo para acompanhar o nascimento dela."
O funcionário público lembra que, diferente de muitos pais, acompanhou toda a gravidez dos filhos e não enfrentou dificuldades para conseguir assistir ao parto do filho mais novo. "Solicitei ao médico e ele autorizou", comemora.