Direito de Família na Mídia
Advogada congela óvulo para que sua filha dê à luz irmão ou irmã
04/07/2007 Fonte: Espaço VitalUma canadense teve seus óvulos congelados para que sua filha de sete anos de idade possa usá-los no futuro. Se optar por usar os óvulos e conseguir permissão das autoridades, a menina pode um dia dar à luz um bebê que será sua meio-irmã ou irmão. O caso, apresentado ontem (03/07) durante uma conferência da European Society for Human Reproduction and Embriology, em Lyon, na França, causou polêmica entre os especialistas presentes.
Mas os médicos envolvidos no caso, especialistas do McGill Reproductive Center, em Montreal, disseram que a doação foi um ato de amor. Eles dizem que a menina e seu futuro parceiro poderão optar entre usar os óvulos ou não. A menina, Flavie Boivin, não pode ter filhos porque sofre de uma condição genética chamada síndrome de Turner.
Querendo ajudar, a mãe Melanie Boivin, uma advogada canadense de 35 anos de idade, investigou se poderia doar seus próprios óvulos. Ela conheceu a equipe do médico Seang Lin Tan, responsável por um programa de congelamento de óvulos para pacientes com câncer ou pessoas que querem ter filhos mais tarde.
Melanie disse que discutiu a situação com seu parceiro e pai de Flavie, Martin Cote, um analista financeiro de 35 anos. "Estávamos preocupados com as questões éticas - será que eu iria pensar na criança como minha neta ou como minha própria filha?" disse a advogada. "Também estávamos preocupados com o impacto financeiro, o impacto físico sobre mim e o impacto emocional sobre a família".
Depois de um ano, o casal decidiu seguir em frente com o plano. A imprensa internacional informa que este é o primeiro caso de doação de óvulo de mãe para filha. Já houve casos de doação de irmã para irmã. Uma representante da entidade britânica Comment on Reproductive Ethics, Josephine Quintavalle, disse que "consigo entender a tristeza da mãe em questão, mas a proposta de doar óvulos para a filha de sete anos com Síndrome de Turner não é algo a ser encorajado".
Ele criticou o desfecho em si porque "o bem-estar psicológico do bebê tem de ser a questão principal e este bebê seria um irmão da mãe e ao mesmo tempo seria geneticamente um descendente direto da avó doadora."
A síndrome de Turner é bastante rara e ao contrário da síndrome de Klinefelter afeta apenas indivíduos de sexo feminino e ocorre em apenas uma mulher entre 3.000 nascimentos. O surgimento da síndrome pode surgir quando esta ausente o cromossomo x paterno no espermatozóide. As meninas com esta síndrome são identificadas ao nascimento, ou antes da puberdade por suas características fenotípicas distintivas.