Direito de Família na Mídia
Ciclo de Debates do IBDFAM-RS
30/05/2007 Fonte: IBDFAM-RS com AscomNa última segunda-feira (28/05), foi realizado o primeiro debate de uma série proposta pelo IBDFAM-RS sobre a obra audiovisual "Cenas de um casamento", de Ingmar Bergman.
Denise Duarte Bruno, integrante da diretoria do IBDFAM-RS e uma das idealizadoras do evento, relata abaixo o objetivo e as primeiras considerações sobre o Ciclo de Debates.
Cenas de um casamento – primeiro debate
Denise Duarte Bruno
Cenas de um casamento é uma produção composta de seis episódios originalmente apresentados na TV Sueca e, como destaca a sinopse publicada no site da Livraria Cultura, "é uma contundente radiografia das relações matrimoniais".
A proposta do ciclo é, mensalmente, projetar e discutir um dos episódios, procurando, com o debate, relacionar a "cena" apresentada aos seus possíveis desdobramentos e reflexos no contexto judicial.
O primeiro debate foi sobre o episódio denominado Inocência e pânico, que trata da felicidade, felicidade como contentamento e desejo de que as coisas se mantenham como estão, mesmo que o preço da negação de todo e qualquer conflito.
Participaram como debatedores deste episódio o cineasta Guilherme Castro e a magistrada gaúcha aposentada Maria Isabel Pereira da Costa.
Em sua intervenção o cineasta destacou que o cinema nos atrai porque nos surpreende, e, "através do cinema, que não é a realidade, que não pode ser a realidade,podemos decifrar um pouco melhor o mundo que está ao nosso redor".
No desenrolar, ao se referir ao fato de que no cinema nem tudo é dito, sendo fundamental o subtexto, ele fez um o paralelo entre o Direito e o cinema: em ambos "é preciso se ler os subtextos". O cineasta, jornalista e bacharel em direito por formação, concluiu que no Cinema e no Direito, "o mais importante não é o que é dito, mas o subtexto, o que vai se revelando aos poucos".
A segunda intervenção foi da Dra. Maria Isabel, que resgatando sua experiência nas Varas de Família, lembrou que "filmes" como o de Bergman são vistos o tempo todo pelos operadores do Direito de Família, e para estes operadores cumprirem sua tarefa "é preciso ler nas entrelinhas" e "descobrir o conflito que está no não-dito".
Na continuidade, ela se apoiou no inciso V do artigo 1566 do Código Civil para analisar a conjugalidade apresentada no filme sob a perspectiva do "respeito e consideração" existente (ou não) entre os casais.
Após estas duas intervenções o debate se estendeu com intervenções do público presente, formado por magistrados, advogados, assistentes sociais, psicólogos e estudantes de Direito.
O próximo debate acontecerá dia 25 de junho e contará com a presença da também magistrada aposentada Maritana Silveira Vianna e da Psicóloga Marilene Marodin (ambas da Diretoria do IBDFAM/RS).
O título do episódio que serve de base para o segundo debate é A arte de empurrar as coisas para baixo do tapete, e ele trata dos conflitos do casal com a família ampliada, da possibilidade de um divórcio, mesmo num casamento "feliz" e de como, abertamente ou não, numa relação conjugal acontecem afastamentos e silêncios.
Cada novo episódio inicia com uma síntese dos anteriores, o que permite que mesmo quem não assistiu o primeiro ainda possa participar do Ciclo de Debates.
O Ciclo de Debates do IBDFAM-RS é realizado uma vez por mês na Escola da AJURIS (R. Celeste Gobbato, 229, Porto Alegre (RS)), às 19h.
Confira os próximos encontros:
Dia 25/06
A arte de empurrar as coisas para baixo do tapete – Maritana Silveira Vianna e Merilene Moradin;
Dia 30/07
Paula – Roberto Arriada Lorea e Rosemari Seewald;
Dia 27/08
A vale de lágrimas – Maria Berenice Dias e Rosa Lúcia Severino;
Dia 24/09
O analfabeto – Mauro Fiterman e Liara Lopes Kruger;
Dia 29/10
No meio da noite numa casa escura em algum lugar do mundo – Sérgio Gischkow Pereira e Jaime Betts.
Inscrições: www.escoladaajuris.com.br