Frente Parlamentar em Defesa da Vida e contra o Aborto decidiu pedir uma audiência ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para saber se a defesa do aborto é uma opinião pessoal do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, ou se é uma posição do governo.
Na semana passada, Temporão defendeu no Rio a legalização do aborto. O ministro reconheceu que o assunto é polêmico, mas disse que é uma questão de saúde pública. Ele afirmou que milhares de mulheres morrem todos os anos em decorrência de abortos inseguros e defendeu também a realização de um plebiscito para que a população decida o assunto.

Articulação contrária
Hoje, a frente parlamentar se reuniu para articular uma reação contra as declarações do ministro e contra a aprovação, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado, de projeto de decreto legislativo que institui plebiscito sobre temas polêmicos, entre eles a legalização do aborto. O presidente da Frente, deputado Luiz Bassuma (PT-BA), condenou a realização de um plebiscito sobre o tema. "O plebiscito seria inconstitucional, porque não pode opinar sobre um assunto que o povo já colocou como cláusula pétrea, que não pode mudar. É o direito à vida, inalienável", afirmou Bassuma.
A frente quer aproveitar ainda a presença do papa Bento 16 no Brasil em maio para fazer manifestações contra o aborto.

Saúde pública
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) afirmou que o ministro da Saúde está preocupado com a realização de abortos clandestinos no País. "Hoje, o aborto clandestino é um problema de saúde pública. Nós temos milhares de jovens seqüeladas e um alto grau de mortalidade. Mulheres morrem após a tentativa de abortar e não têm um socorro imediato na rede pública. Os projetos que apoiamos são projetos que defendem a descriminalização", afirmou.