A participação na última edição do Fórum Social Mundial (FSM), em Nairóbi, no Quênia, fez a desembargadora Maria Berenice Dias, vice-presidente do IBDFAM, retornar com uma convicção: o evento está mais vivo do que nunca e abriu caminho para mudanças importantes no cenário mundial. 'O FSM já mostrou a que veio. Mudou a pauta do Fórum de Davos', afirmou. Ela ministrou palestra em que ressaltou os avanços nas decisões do Judiciário brasileiro frente às reivindicações dos direitos de homossexuais. 'Essas posições foram muito bem recebidas', disse. A desembargadora conferiu de perto a pobreza e a discriminação a que o povo africano está submetido. 'O apartheid acabou legalmente, mas ainda existe uma separação muito grande entre negros e brancos. A pobreza é tanta que chega a ser constrangedora', lamentou Maria Berenice.

A realização do FSM na África, para a magistrada, limitou o número de participantes, mas contribuiu para a discussão sobre a problemática local e proporcionou a participação dos africanos, que por falta de recursos, dificilmente teriam chance. 'Um mundo novo é indispensável', defendeu. Porto Alegre poderá sediar parte do FSM de 2008, cuja edição será segmentada e distribuída pelo mundo. Segundo a desembargadora Maria Berenice, a tendência é que o evento se realize a cada dois anos.