Direito de Família na Mídia
Precisamos falar (de novo) sobre o aborto
05/12/2016 Fonte: EstadãoConheço algumas mulheres que abortaram. Todas tinham dinheiro para o procedimento e foram à clínicas bem localizadas e nem um pouco clandestinas, tiveram a assistência de profissionais preparados e acesso ao que há de mais seguro e moderno quando o assunto é medicina. O que o poder econômico trouxe a elas? Autonomia sobre o próprio corpo, segurança e o direito de decidir sobre ser ou não ser mãe. Com dinheiro na carteira não foram julgadas publicamente, denunciadas à polícia e nem sofreram maus tratos no hospital. Não saíram da clínica saltitantes e “prontas para outra” como o senso comum prega. Nenhum aborto é um passeio no parque, como alguns teimam em acreditar. Mas se uma decisão como essa pode ser difícil de ser tomada – e na maioria das vezes é – decidir pelo aborto não pode ser uma roleta russa, um flerte com a morte.