Direito de Família na Mídia
Divórcio: A vida não vem com manual de instrução
30/05/2016 Fonte: TJMT
A sala de aula com pipocas e uma mensagem de “bem-vinda, gurizada” escrita no quadro negro dava o tom de que aquele momento seria de pura diversão para os adolescentes de 7 a 18 anos que ali estavam. Embora, o clima de leveza e afeto pairasse no ar, a razão pela qual eles foram convidados para aquela oficina era delicada: o divórcio dos pais.
Vocês costumam beijar seus pais? Como vocês demonstram carinho por eles? Como vocês podem fazer para sentirem-se melhor? Essas foram algumas das perguntas que a psicóloga e mediadora, Roseli Saldanha, utilizou para conscientizar os adolescentes sobre a importância de trocar afeto com os pais, mesmo após a separação. O encontro, realizado na última segunda-feira (23 de maio), fez parte da Oficina de Pais e Filhos da Comarca de Cuiabá.
“Está sendo muito maravilhoso realizar esse trabalho. Conseguimos fazer uma verdadeira conexão amorosa. A maioria dos adolescentes acredita que só eles passam por isso, até que se abrem e veem que é comum a todos. Procuramos fazer com que eles entendam que os pais também sofrem com a situação e que com diálogo, vontade e compreensão, tudo é possível”, afirmou.
A manifestação de uma das adolescentes em dado momento da oficina comprovou as afirmações da psicóloga. “Às vezes ficava brava e triste com a minha mãe e com o meu pai, porque os culpava por terem se separado. Até que resolvi me colocar no lugar deles e vi que não podia obrigá-los a ficarem juntos sem que eles quisessem. Entendi também que eles sofrem que nem nós e que devemos dar apoio e carinho”, disse.
Roseli Saldanha explica que a Oficina de Pais e Filhos, também conhecida com Oficina de Parentalidade, é destinada às famílias que estão em processo de divórcio, com a finalidade de mostrar que a ruptura da união não deve interferir na vida dos filhos. A reunião é realizada com o auxílio de psicólogos e assistentes sociais, que dividem os participantes em dois grupos: um de pais e outro de filhos – sendo um de crianças e outro de adolescentes. Com as crianças, o assunto é tratado de forma lúdica, já com os adolescentes e adultos o tema é abordado usando exercícios, vídeos e palestras.