Direito de Família na Mídia
90% dos casos de violência infantil não são denunciados
16/09/2015 Fonte: MaxpressDe acordo com estudos realizados pelo CRAMI – Centro Regional de Atenção aos Maus Tratos na Infância do ABCD, 90% dos casos de violência praticada contra crianças e adolescentes não são denunciados. Thelma Armidoro Velasco, psicóloga e assistente técnica do Centro, explica que isso ocorre porque os casos acabam sendo encobertos pelos próprios familiares.
“São casos de negligência e violência sexual, física e psicológica que não chegam ao conhecimento das autoridades e esses números podem ser ainda maiores”, revela Thelma. Para se ter ideia, durante o mês de agosto, o CRAMI atendeu 466 casos, sendo 133 de violência sexual, 186 física; 104 de negligência e 43 de violência psicológica. “Este último é um dos mais velados em razão do seu reconhecimento ser mais difícil, haja vista que envolve humilhações, ameaças e rejeição”.
Outro dado importante diz respeito aos agressores. Nos últimos seis anos, constatou-se que nas violência física e negligência, em sua maioria o autor é a mãe, sendo 51% nos casos de violência física e 71% nos casos de negligência. Já o autor de violência psicológica aparece de forma equilibrada - sendo 42% a mãe e 41% o pai, ambos na faixa etária de 35 a 45 anos.
Com 27 anos de atuação e mais de 344 mil atendimentos em forma de intervenções domiciliares, orientações, oficinas e psicoterapias individuais e em grupo, o CRAMI também derruba o mito de que o padrasto é quem mais abusa sexualmente da criança e do adolescente. “Nossos dados estatísticos apontam que a maioria dos autores de abuso sexual identificados é o pai biológico com 31% dos casos contra 15% cometidos pelo padrasto. Os demais casos estão distribuídos entre outros parentes, desconhecidos e sem informação. O fato do pai biológico aparecer como quem mais abusa sexualmente de crianças e adolescentes retrata uma realidade que não se restringe à região do Grande ABC, mas em todo Brasil e no mundo”, explica a psicóloga Thelma Velasco. Leia mais.