IBDFAM na Mídia
Dia do mediador comunitário é comemorado na PGJ
13/09/2012 Fonte: Ministério Público do Ceará
Nesta quinta-feira, 13, o Dia do Mediador Comunitário foi comemorado na sede da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ), em Fortaleza, durante a programação da Semana do Mediador Comunitário, que segue até esta sexta-feira, 14. O evento é organizado pelo promotor de Justiça Edson Landim, coordenador dos Núcleos de Mediação Comunitária, e tem o apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP) e da Organização Não Governamental Terre des Hommes. Durante a solenidade os voluntários que atuam nos Núcleos foram homenageados pelo MP.
O evento contou com a participação do procurador-geral de Justiça, Ricardo Machado, do diretor geral da ESMP, Benedito Augusto, da mediadora do Núcleo de Pacatuba Maria Estela Lima Barbosa, que representou todos os mediadores, e também do advogado e vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM / Secção Rio Grande do Sul), Conrado Paulo da Rosa, que ministrou a palestra intitulada “Desatando nós e criando laços: os novos desafios da mediação familiar”.
“Eu acredito muito nesse trabalho de mediação. É um princípio filosófico. Acredito principalmente quando vemos os números e observamos que as estatísticas da violência são menores nos lugares onde existe essa experiência”, destacou o procurador-geral. Durante o evento, foi assinado um protocolo de intenções firmado por 67 instituições com o intuito de desenvolver projetos e ações de forma conjunta. Isso visa à implementação da mediação e de demais formas alternativas de resolução de conflitos no âmbito do estado, com ênfase na Capital e na Região Metropolitana. Entre as instituições que assinaram o acordo estão a Polícia Militar, o Corpo de Bombeiros, a Secretaria de Direitos Humanos do Município (SDH) e a OAB/CE.
A mediação comunitária consiste na solução de conflitos de forma extrajudicial, sendo uma técnica de administração pacífica, que propicia o fortalecimento dos vínculos comunitários. O Ceará possui atualmente 10 Núcleos de Mediação, sete deles na Capital. Ao todo, cerca de 170 mediadores atuam de forma totalmente voluntária, contribuindo para a resolução de conflitos em suas respectivas comunidades. A experiência começou em 29 de setembro de 1999, quando foi inaugurado o Núcleo do Pirambu.
As equipes atuam em diversas ocasiões, como, por exemplo, casos de pensão alimentícia, cobrança de dívidas, conflitos entre vizinhos, reconhecimento de paternidade, entre outros. Somente no ano passado 16.184 pessoas foram atendidas nessas unidades, o que significa um aumento de 34,17% em relação a 2010. Os Núcleos apresentam uma taxa média de 87% de êxito nas negociações. O interessante é que o caso do Ceará serviu de exemplo para que outros estados – entre eles Maranhão, Amapá, Rondônia e Alagoas – adotassem a mesma metodologia na resolução de conflitos.
Exemplo que vem do João XXIII
A dona de casa Pedrina Marta, de 63 anos, é uma das pessoas que ajudaram a solidificar a prática da mediação em Fortaleza. Moradora do bairro João XXIII, ela se desloca diariamente a pé até o Núcleo da Parangaba, onde atua há 12 anos. “Era pra ir só duas vezes por semana, mas acabo indo quase todo dia, porque ajudo também na administração. Sinto necessidade de estar lá. Ando 13 quarteirões na ida e 13 na volta”, conta.
Atitudes como a dela mostram que o voluntariado pode ajudar a transformar vidas. “Eu sinto uma paz de espírito quando faço isso. A comunicação é o carro-chefe da mediação e vejo que, com isso, vou ajudando a plantar a paz no mundo. Às vezes nem tem acordo, mas acontece de as pessoas voltarem atrás depois. Uma vez o pai colocou o filho pra fora de casa, aí tentamos uma conciliação, mas não houve acordo. Uma semana depois ele me ligou agradecendo porque resolveu pensar melhor e solucionar o problema com o filho. Eu acho que a mediação é isso, um ato de reflexão. Gosto muito de atuar nos conflitos de família, de ver como as pessoas lidam com o perdão”.