A juíza Andréa Maciel Pachá, titular da 4ª Vara de Órfãos e Sucessões do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), recebeu na noite desta segunda-feira, dia 5, a Medalha de Mérito Pedro Ernesto, a maior comenda concedida pela Câmara de Vereadores do Rio. A autora da homenagem foi a vereadora Tânia Bastos.

Formada em Direito pela Uerj, a juíza Andréa Pachá criou o Cadastro Nacional de Adoção e a Comissão de Conciliação e Acesso à Justiça no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando era conselheira. Em 2012 lançou o livro “A Vida não é Justa”, reunindo casos coletados ao longo de mais de 15 anos de atuação como magistrada em Varas de Famílias. O livro inspirou a série de TV “Segredos de Justiça”, estrelada pela atriz Glória Pires, exibida no Fantástico, na Rede Globo, que neste domingo, dia 4, estreou a segunda temporada.

“Fiquei muito feliz com a homenagem porque percebi que a intenção da ilustre vereadora era homenagear não somente a mim, mas a todos os magistrados e magistradas que enxergam os cidadãos, principalmente os mais desprovidos, como os destinatários de nossa atuação profissional”, destacou a homenageada.

A estreia da segunda temporada da série “Segredos de Justiça” também foi comemorada pela juíza, que acredita que possibilitou uma nova visão da população em relação ao Judiciário. Ela também destacou as mudanças nas relações de família nas duas últimas décadas.

“Fiquei feliz com a estreia. Com a adaptação para a TV, ampliando significativamente o acesso ao público, percebo que há um interesse enorme no trabalho que desenvolvemos em relação à atuação humana do juiz, que é o nosso dia a dia. Nos 20 últimos anos, poucas instituições como a família passaram por tantas transformações, em relação à mudança dos conflitos, à democratização e pluralidade e ao reconhecimento do afeto como elemento estruturante no Direito das famílias”, avaliou.

Novo livro a caminho

Após os lançamentos dos livros “A Vida não é Justa” em 2012 e “Segredo de Justiça”, em 2014, a juíza anuncia para até o início de 2018 a conclusão do terceiro e último livro da série.

“Possivelmente, no final desse ano ou no início de 2018 será lançado o último livro da série, que vai abordar a velhice e a morte sobre a perspectiva da Justiça. A população está envelhecendo e temos precisado lidar com questões que dizem respeito ao envelhecimento no Judiciário”.

União para enfrentar crise

Em seu discurso de agradecimento pela Medalha Pedro Ernesto, a juíza Andréa Pachá aproveitou para chamar a atenção sobre a necessidade da união de todos nesse momento de crise que atinge o País e o Rio de Janeiro.

“Vivemos tempos profundamente conflituosos e a crise que abala o país, lamentavelmente, atinge o nosso estado e a nossa cidade. A violência que tem matado diariamente os nossos jovens, especialmente os mais pobres, mata também os nossos sonhos e projetos de viver em uma cidade mais democrática, que garanta a todos mobilidade, habitação, saúde e lazer. Mas essa violência deve ser superada pela nossa capacidade de dialogar, de respeitar, de conviver com nossas diferenças”, disse.

Autora da indicação da homenagem, a vereadora Tania Bastos destacou a trajetória da juíza no TJRJ e sua atuação no CNJ. “Me identifiquei muito com o trabalho que ela desenvolve, principalmente por ter sido a pioneira na questão da implantação das Varas de Família em todo o país. A Câmara Municipal não poderia deixar de homenagear com sua comenda mais importante, que é a Medalha Pedro Ernesto, uma mulher tão guerreira e de sensibilidade rara”, afirmou a vereadora.

Irmão da juíza, o advogado Miguel Pachá Júnior destacou as qualidades da magistrada, considerando a homenagem mais do que justa. “Sua grande força vem da intensa vontade de enfrentar as questões da vida. Ela consegue ler as entrelinhas e entender os problemas mais complexos. Essa homenagem é um abraço que essa cidade do Rio de Janeiro lhe dá”, disse.

Ex-presidente do TJRJ e pai da juíza, o desembargador aposentado Miguel Pachá também enalteceu o trabalho desenvolvido pela juíza. “Antes, ela era filha do desembargador Miguel Pachá. Hoje, com o reconhecimento do seu trabalho, eu sou pai da juíza Andréa Pachá. Ela se fez merecedora do respeito e da consideração de todos nós”, afirmou.

Presidida pela vereadora Tania Bastos, a mesa de trabalhos da sessão solene foi composta, ainda pelos desembargadores do TJRJ, Miguel Pachá, Suely Lopes Magalhães e Henrique Lobo, pelo desembargador Milton Lopes, do Tribunal Regional do Trabalho, e pelo procurador geral da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, José Luis Galamba Minc Baumfeld.

Sobre a Medalha Pedro Ernesto

A Medalha de Mérito Pedro Ernesto é a principal homenagem que o Rio de Janeiro presta a quem mais se destaca na sociedade brasileira ou internacional. Recebeu esse nome em reconhecimento ao trabalho do prefeito Pedro Ernesto, e por isso sua figura é estampada nas duas Medalhas que fazem parte do Conjunto. Uma presa ao colar, e a outra para ser colocada na lapela do lado direito do homenageado. Ambas são presas em uma fita de cores azul, vermelha e branca, que são as cores da bandeira da cidade.