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Dica IBDFAM: 5 livros de Lygia Fagundes Telles para pensar o Direito das Famílias contemporâneo

A escritora Lygia Fagundes Telles morreu de causas naturais no último domingo, 3 de abril, em São Paulo (SP), aos 103 anos. Pós-modernista, ela foi a terceira mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras – ABL e deixa um legado único para a arte no Brasil. Ao longo da carreira, recebeu prêmios importantes, como Camões e Jabuti, e foi apontada como um dos maiores nomes da nossa literatura.
Com um olhar sensível para o âmago das famílias, a “Dama da Literatura Brasileira”, como era chamada, sempre esteve atenta aos tabus. Conflitos familiares, a opressão dos modelos tradicionais e a luta das mulheres contra o machismo foram temas recorrentes em sua obra. Em homenagem, o Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM selecionou cinco livros de Lygia Fagundes Telles para pensar questões contemporâneas:
Ciranda de Pedra (1954)
O romance acompanha a protagonista Virgínia em duas fases da vida, na infância e na juventude. Ela é filha de Laura, que sofre transtornos mentais e é cuidada pelo médico Daniel, com quem vive um caso de amor. O envolvimento entre eles pôs fim ao casamento dela com Natércio, que ficou com as duas outras filhas, Bruna e Otávia. A dinâmica estabelecida pela família é o fio condutor da história, que aborda adultério, emancipação feminina e homossexualidade no Brasil dos anos 1940 e 1950.
Verão no Aquário (1964)
Em seu segundo romance, publicado dez anos depois, a autora buscou um diálogo com as tragédias gregas para falar de maternidade e conflito entre gerações. A narradora é Raíza, que revela seus traumas e dramas, principalmente sobre a relação conturbada com a mãe, Patrícia. Ela passa a disputar com a genitora o jovem seminarista André após acreditar que os dois têm um caso. Vencedor do Prêmio Jabuti.
Antes do Baile Verde (1970)
Em um dos mais famosos livros de contos, a imortal investiga os conflitos das famílias da classe média brasileira, como histórias de traição, insatisfação conjugal e loucura. Algumas das narrativas também propõem a desmistificação dos papéis familiares. O conto-título, por exemplo, é sobre o egoísmo de uma filha que prefere ir a um baile em vez de cuidar do pai doente.
As Meninas (1973)
A ditadura militar brasileira serve de pano de fundo a esse romance, vencedor do prêmio Jabuti, que foi adaptado para o cinema em 1995, com direção de Emiliano Ribeiro. Três jovens universitárias, Lorena, Lia e Ana Clara, tão diferentes entre si, em personalidades e classes sociais, revelam os anseios da juventude de sua época e questões comuns às mulheres de todos os tempos, unindo amores, desejos, dúvidas e política.
A Estrutura da Bolha de Sabão (1991)
Outro livro de contos, este é uma reedição de Filhos Pródigos, lançado nos anos 1970. Os protagonistas se encontram em uma relação crítica com as pessoas e os ambientes que os cercam – e também carregam conflitos internos, tratados de forma intimista. Seus dramas revelam segredos familiares e desenganos amorosos e nos levam à contraposição entre os universos feminino e masculino, entre outras reflexões atemporais.
Onde ler? Todos os livros de Lygia Fagundes Telles foram relançados em coleção especial da Companhia das Letras. Saiba mais.
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