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Podcast Direito de Família & Arte exalta legado do IBDFAM e aponta temas emergentes na atualidade
O podcast Direito de Família & Arte, iniciativa da Comissão de mesmo nome do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, seguirá seus trabalhos em 2022. Enquanto os novos episódios não chegam, ainda dá tempo de conferir os programas anteriores, que relacionaram temas fundamentais do Direito das Famílias e das Sucessões a várias linguagens artísticas. Ouça agora no Spotify ou no Soundcloud.
Em dezembro, a advogada Maria Berenice Dias, vice-presidente do IBDFAM, foi a convidada de honra do episódio especial. A jurista resgata as raízes do Instituto, fundado há 24 anos para atuar como força representativa da sociedade no que diz respeito às suas relações e aspirações sociofamiliares. Segundo ela, a entidade “já nasceu interdisciplinar”.
“A partir do momento em que as ciências psicossociais coloriram o Direito, nós temos outro Direito”, reconheceu a advogada. A Comissão de Direito de Família e Arte, comandada pelas advogadas Fernanda Barretto (presidente) e Luciana Brasileira (vice-presidente), “é a cara do IBDFAM”, nas palavras de Maria Berenice Dias.
A constituição das famílias no espaço brasileiro a partir do enredo do livro Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, foi o foco do episódio de novembro. O romance figura há meses entre os mais vendidos do país e saiu vencedor na categoria Romance do Prêmio Jabuti em 2020. A narrativa é sobre a descoberta, pelas irmãs Bibiana e Belonisia, de uma faca da avó escondida em uma mala velha e misteriosa, o que muda a vida das duas protagonistas.
Segundo Elisa Cruz, membro do IBDFAM, o autor usa a realidade do sertão da Bahia como pano de fundo para abordar a intersecção entre família e raça. “Uma das histórias com traços que esse livro marca, ao meu ver, é sobre a ocupação de terras pelos povos negros, indígenas, quilombolas e povos tradicionais deste país, assim como seu processo de luta e resistência para permanecerem nessas terras e preservarem a sua cultura, história, memória e direitos”, avaliou.
Já em outubro, “Direito e Literatura: Um Futuro Possível” foi o tema do podcast, que reuniu Luciana Brasileiro e o advogado e professor José Roberto de Castro Neves. Eles falaram sobre a importância do XIII Congresso do IBDFAM, realizado naquele mês, em um contexto de pandemia da Covid-19. A arte, de acordo com os especialistas, permitiu que as pessoas enfrentassem os conflitos do período.
Para José Roberto, a arte também tem a capacidade de otimizar a atuação dos profissionais de Justiça, aguçando a sensibilidade. “O Direito se constrói de forma lenta e gradual. Essa busca por grandes valores humanísticos é o maior maná da Literatura e faz com que apliquemos o Direito de forma mais inteligente”, observou.
“O Direito ainda é muito formal, tem uma escrita, uma linguagem e um dresscode próprios. No fim das contas, isso acaba nos afastando do principal, que é a sociedade”, ressaltou Luciana Brasileiro. A situação se intensifica na atuação em Direito das Famílias, que entra em “questões, sofrimentos e angústias” individuais, de acordo com a advogada.
O podcast é uma iniciativa da Comissão de Direito de Família e Arte do IBDFAM. Com periodicidade mensal, o programa tem como objetivo democratizar o entendimento do Direito de Família por meio da conexão dos temas jurídicos com as mais variadas manifestações artísticas. Todos os episódios estão disponíveis no Spotify ou no Soundcloud.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br