Para a maioria das brasileiras, a violência contra a mulher aumentou no último ano. É o que detalha a pesquisa “Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher – 2021”, realizada pelo Instituto DataSenado, em parceria com o Observatório da Mulher contra a Violência, que foi lançada durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos, na última semana.

O estudo, que é realizado a cada dois anos, revelou que 86% das entrevistadas percebem um aumento na violência cometida contra mulheres em 2021 - um crescimento de 4% em relação à edição anterior, de 2019. Foram ouvidas 3 mil pessoas entre 14 de outubro e 5 de novembro.

Entre as mulheres que declararam ter vivenciado pelo menos uma situação de violência doméstica nos últimos 12 meses, 49% afirma que a agressão se tornou mais frequente. Para 44%, se tornou mais grave.

Ainda conforme a pesquisa, 71% das entrevistadas acreditam que o Brasil é um país muito machista. 68% das brasileiras conhecem uma ou mais mulheres vítimas de violência doméstica ou familiar, enquanto 27% declaram já ter sofrido algum tipo de agressão por um homem.

O estudo também aponta que 18% das mulheres agredidas por homens convivem com o agressor. Para 75% das entrevistadas, o medo leva a mulher a não denunciar. Por outro lado, 100% das vítimas agredidas por namorados e 79% das agredidas por maridos terminaram a relação.

As entrevistadas também avaliaram o Projeto de Lei 116/2020, que criminaliza a violência contra a mulher praticada por meios eletrônicos. A proposta, aprovada na Comissão de Direitos Humanos – CDH em agosto, aguarda designação de relator na Comissão de Constituição e Justiça – CCJ. Para 48%, se aprovado, o PL vai aumentar a proteção à mulher.

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