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83 em cada 100 mães se sentiram sobrecarregadas no cuidado com os filhos durante a pandemia
Mais de 83% das mulheres sentiram sobrecarga em cuidar dos filhos durante a pandemia da Covid-19. O índice foi revelado por levantamento da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul – UFMS, que mapeou os impactos da quarentena nas vidas das mães das cinco regiões do país. A pesquisa ouviu 822 mulheres.
Entre as mães participantes, 25,18% apresentaram sintomas depressivos; 26,76%, sintomas de ansiedade; 22,63%, sintomas de estresse; e 39,05%, sintomas de estresse pós-traumático. O aumento das responsabilidades no cuidado com os filhos esteve entre as principais causas para esse quadro.
Outras razões aparecem entre os fatores associados aos problemas de saúde mental, tais como desemprego, crise financeira, ter poucas horas de sono, doenças pré-existentes. O relatório das participantes indica que a busca por ajuda deve ser feita junto ao Centro de Valorização à Vida – CVV, pelo Ligue 188 ou pelo site www.cvv.org.br.
Para a professora Bruna Moretti Luchesi, da UFMS, o cenário está associado ao lugar da mulher ocupado na sociedade mesmo antes da proliferação da Covid-19, quando ocorreu o acúmulo de papéis e funções. “Isso se intensificou na pandemia. A mulher teve que ajudar nas atividades da escola, participar mais das tarefas domésticas e ainda teve que ter criatividade para poder manter os filhos em casa, desenvolverem atividades para manter e estimular o desenvolvimento dessas crianças e adolescentes.”
Com os dados, a pesquisa tem o objetivo de fomentar a criação de políticas públicas voltadas especialmente para as mães. “Com a duração da pandemia estendendo, os prejuízos podem ser ainda maiores para essas mulheres”, diz Bruna. “Alguns grupos que merecem mais atenção quando a gente for pensar em alguma política pública”, destaca a professora.
Acesse o site da UFMS e confira todos os detalhes da pesquisa.
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