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Live discute gratidão, solidão e solidariedade entre gerações
“Gratidão e solidão: solidariedade entre gerações” é o tema da live desta quarta-feira (11), a partir das 19h30, no perfil do I Congresso Nacional da Pessoa Idosa no Instagram. A transmissão ao vivo antecipa parte das discussões evocadas no evento que será promovido em breve pela Comissão da Pessoa Idosa do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM.
Participam da live a psicóloga Giselle Groeninga, diretora nacional de interdisciplinaridade do IBDFAM, e a advogada Alessandra Muniz, mediadora do encontro, respectivamente, vice-presidente e segunda vice-presidente da Comissão dos Direitos da Pessoa Idosa do IBDFAM.
Cuidados com os mais velhos
“Tendemos a negar não só o inexorável medo da morte, como também alguns correlatos como o envelhecimento e a diminuição da autonomia. Com isto, valores como o dever de cuidado, a solidariedade e a gratidão para com os mais velhos não costumam ser cultivados”, avalia Giselle Groeninga.
A especialista nota um nível de negligência em relação às pessoas idosas. “Costumamos pensar o futuro nas relações familiares como ligado ao crescimento dos filhos, ao ‘amadurecimento dos frutos’, e à sua crescente autonomia. Com mais facilidade aceitamos a dependência dos filhos e os inerentes deveres.”
“O dever de cuidado para com os mais velhos é um tanto ‘terceirizado’ socialmente com, por exemplo, a aposentadoria e seguro saúde. Mesmo valores culturais do legado/herança preveem benefícios à geração futura e, somente em sua ausência, contemplam a geração anterior”, acrescenta Giselle.
Gratidão x solidão
De acordo com a psicóloga, a solidão que ronda os mais velhos encontra certa desproporção em relação a valores como a gratidão. “As dificuldades que rondam a velhice também devem ser analisadas em termos individuais, em que a capacidade de autonomia pode se ver reduzida em função de não ter planos quanto ao futuro, em uma infantilização e dependência desproporcional, ressentimento e mesmo quanto à capacidade de gratidão que se contrapõe à inveja em relação aos mais jovens.”
“É preciso enfatizar que a diminuição da autonomia não necessariamente transforma os idosos em vítimas, embora esta seja também uma realidade. Uma visão interdisciplinar que leve em conta aspectos pessoais, ambientais e legais, em muito pode contribuir para contemplar o ‘direito à dignidade em ser idoso’”, frisa Giselle.
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