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Betty Broderick: caso dramático de divórcio, retratado na série Dirty John, é tema do podcast Direito e Arte

A edição de setembro do podcast Direito de Família e Arte do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM reúne especialistas para uma análise do tema “O caso Betty Broderick e o repensar da advocacia familiarista”. O programa já está disponível no Soundcloud e no Spotify.
A história real – uma ação de divórcio que dominou as atenções nos Estados Unidos na década de 1980, retratada recentemente na segunda temporada da série Dirty John, disponível na Netflix – é o ponto de partida para o debate sobre o importante papel do advogado como gestor dos conflitos familiares.
O podcast é comandado por Fernanda Barretto, presidente da Comissão de Direito de Família e Arte. Participam também as especialistas Luciana Brasileiro, Marília Xavier e Sílvia Marzagão, todas advogadas, professoras e membros da diretoria nacional do IBDFAM.
Ainda presente no imaginário dos norte-americanos, o caso em análise se refere ao divórcio entre o advogado Daniel Broderick e Betty Broderick, que por anos apoiou a carreira do marido não só nos cuidados com o filho e com a casa, mas na própria estruturação de sua carreira.
Adoecimento psíquico
“A forma como esse casamento naufraga e a gestão que as pessoas envolvidas fazem desse conflito tornam esse um dos casos de divórcio mais dramáticos relatados na história do Direito americano. A série retrata com precisão e realismo o processo de adoecimento psíquico de Betty Broderick e a forma como a inadequada gestão do conflito gera um desfecho tão ruim”, comenta Fernanda Barretto.
Papel de salvadores
Marília Xavier destaca que o processo de separação impõe intensa fragilidade às partes. “Não raro, as pessoas chegam aos escritórios de advocacia com um papel de muita infantilização. Muitas vezes, esperam dos advogados um papel de salvadores. Colocados nesse mais alto patamar, eles encontram desafios muito grandes”, avalia.
Responsabilidade das partes
A responsabilidade, ou a falta dela, entre as pessoas envolvidas no conflito familiar é observada por Silvia Marzagão. “Em geral, há questões internas, pactos silenciosos que as pessoas acreditam que estão seguindo em uma mesma linha – e muitas vezes não estão –, há um abismo entre o casal que passa despercebido durante o curso do casamento e que leva, ao final, com que essas pessoas percebam que não se conhecem”, pontua a especialista.
Questões de gênero
Já Luciana Brasileiro ressalta questões de gênero na representação do caso Betty Broderick em Dirty John. “Ela foi projetada para ser a dona de casa e mãe de família, mas também foi aquela mulher que levou o marido para um patamar de sucesso profissional. Ao longo do processo, ela escuta frases comuns no nosso Judiciário, como ‘você gasta o meu dinheiro’ e ‘que tipo de mãe abre mão da guarda dos filhos?’”, pontua.
O podcast Direito de Família e Arte é uma iniciativa da comissão de mesmo nome. Com periodicidade mensal, o programa tem como objetivo democratizar o entendimento do Direito de Família por meio da conexão dos temas jurídicos com as mais variadas manifestações artísticas.
Ouça “O caso Betty Broderick e o repensar da advocacia familiarista” e outros episódios disponível no Soundcloud e no Spotify.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br