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Novo livro de Fabrício Carpinejar aborda impactos da pandemia do coronavírus nas relações familiares
“Só o colo acalma a saudade”, aponta o poeta e cronista Fabricio Carpinejar em seu novo livro, “Colo, Por Favor! – Reflexões em Tempos de Pandemia”, lançado pela Editora Planeta. Sempre atento aos relacionamentos, o escritor trata da aflição gerada pelo isolamento social, medida de combate à proliferação do novo coronavírus que impactou fortemente as relações interpessoais - entre elas, as familiares.
O momento de “excesso, de limiar, de grande medo”, como define Carpinejar, o levou à escrita. “A palavra é um medicamento para a emoção. Desde o primeiro dia do isolamento, quis pensar como me tornar melhor para a família, como não sofrer tanto com a saudade sendo mais presente e pontual nos encontros”, revela o escritor.
“Quem adiou viver antes da pandemia se viu sufocado de culpa, reprisando tudo o que poderia ter feito pelos outros e não fez”, avalia Carpinejar. Ele observa que o momento de pandemia ressignificou o afeto entre as pessoas em vez de enfraquecê-lo diante das recomendações de distanciamento social.
“A sensibilidade somente fortalece, porque ela permite abertura para desfazer distorções e apresentar o que vem do fundo. Triste quem represa as lágrimas sofrendo mais do que deveria. Feliz de quem chora e escolhe um confidente como testemunha para a lágrima manter o seu sentido de partilha”, opina o poeta.
Carpinejar define que o afeto, representado pelo colo, é o protagonista de seu novo trabalho. “Menos afetação, mais afeto é o eixo da obra. Estamos vivendo uma dor coletiva, que exige um trabalho de formigueiro, de reconstrução pela empatia”, aponta.
Pais e filhos
A realidade das famílias, fortemente impactada pela pandemia da COVID-19, não escapa à percepção do escritor. “As famílias estão percebendo que não podem delegar a tarefa de criar os filhos. Devem assumir o posto com limites e conselhos, histórias de vida e exposição clara do orçamento e da partilha de funções”, atenta.
Carpinejar segue o curso instrutivo de seus livros e orienta sobre a postura que pais e filhos devem adotar no atual contexto. “Crianças não podem mais ser entretidas em casa, dependem de um significado e exercer uma tarefa no mutirão”, diz.
Para o período de quarentena, ele é enfático: “Dê uma missão ao filho – que seja varrer, lavar a louça, levar o lixo – para ele se acostumar com a responsabilidade desde cedo. Crianças são alienadas porque os pais não partilham nenhum de seus problemas, desejam dar conta de tudo sozinhos”, aconselha.
Mais velhos
Um dos livros mais recentes de Fabrício Carpinejar, “Cuide dos Pais Antes que Seja Tarde”, publicado em 2018, evoca o cuidado e o carinho com os genitores na chegada destes à velhice. A atenção às pessoas idosas, grupo de risco em meio à pandemia, também é lembrada em “Colo, Por Favor!”. O autor destaca que não podemos manter o descaso cultural e afetivo com os mais velhos.
“São os sábios da família, nossas bibliotecas vivas, o elo e a cola entre as gerações. Preocupar-se com o idoso merecia ser a nossa prioridade antes mesmo da COVID-19. Devolver a eles - de cuidado e assistência – tudo o que já nos deram quando éramos dependentes”, avalia Carpinejar.
O novo livro serve também de alento ao mostrar que é possível atravessar a tragédia com uma postura positiva. “Meu livro tem um otimismo incurável. Adaptar-se não é perder o que tínhamos, é cuidar melhor, é enfrentar o desafio de se reinventar, é dispensar o modo preguiçoso de vida no automático para encarnar criativamente a esperança. Na sombra, a luz não só caminha, mas dança”, conclui.
“Colo, Por Favor! – Reflexões em Tempos de Pandemia” já está à venda nas lojas virtuais.
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