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Suicídio infantil: uma discussão para todos os meses do ano
Quando estamos diante de um problema grave de saúde pública como o suicídio infantil, nos questionamos qual caminho devemos seguir para contribuir de maneira eficaz para a sua solução ou redução. Por esse motivo, a Comissão Nacional da Infância e Juventude do Instituto Brasileiro de Direito de Família - IBDFAM realizou, nos últimos meses, uma campanha para receber artigos científicos sobre o tema na tentativa de aprofundar os estudos sobre o assunto e refletir sobre possíveis soluções.
A ação organizada pela comissão, que começou como uma extensão das atividades do Setembro Amarelo - campanha que marca o mês de enfrentamento ao suicídio infantil-, buscou chamar a atenção para esse problema que ainda se encontra silenciado. Após receber diversos artigos com abordagens variadas, três textos foram selecionados e divulgados no portal e mídias sociais do IBDFAM. São eles:
- Enfrentamento à vulnerabilidade infantojuvenil em contexto de automutilação e suicídio: compreensões e perspectivas
Autores: Émile Dantas de Carvalho Cartaxo e Tanise Zago Thomasi
- A importância de se entender o suicídio bem como preveni-lo
Autores: Isabel Cristina Malta Garcia Makishima, Claudia Sant ‘Ana Pinto Leal, Loriane Zancanaro Riechi , Eduardo Henrique Pereira Alves e Cleverson Luiz Kossoski
- Suicídio infantil: da criança-sintoma à passagem ao ato
Autor: Rubens Díodoro
Para Melissa Telles Barufi, presidente da Comissão Nacional da Infância e Juventude do IBDFAM, os artigos selecionados para publicação são de extrema relevância para trabalhar a prevenção ao suicídio infantil, tendo em vista que abordam questões como vulnerabilidade das crianças e a necessidade de compreensão do tema como um todo. “É com a informação e disseminação desse conhecimento que poderemos reduzir os números hoje existentes. Nesse aspecto, ainda, cabe ressaltarmos a responsabilidade parental quanto aos acessos de plataformas digitais, bem como da própria plataforma provedora”, afirma.
Ela destaca que por meio do conhecimento, o IBDFAM proporcionou espaço para a disseminação da informação e a conscientização de que o suicídio infantil pode ser evitado, desde que enfrentado com olhar interdisciplinar, como família e comunidade. “Estamos particularmente gratos aos profissionais que aderiram à campanha, participando com o envio de seus artigos, mas também agradecemos a todos os membros do IBDFAM que de alguma forma estão se mobilizando para o enfrentamento deste problema”, diz.
Assunto delicado
Melissa Barufi aponta que, apesar de ser um tema delicado, é necessário esse tipo de debate. Ela lembra que ao escolher o caminho informativo, a ação seguiu a recomendação da Organização Mundial da Saúde - OMS, que afirma ser possível a prevenção do suicídio infantil por meio da disseminação de informação e a conscientização.
“Embora seja possível a prevenção, essa é uma tarefa árdua de ser cumprida por envolver aspectos sociais, como a necessidade de implantação de políticas públicas, que visam proporcionar as melhores condições possíveis para o desenvolvimento saudável das crianças e adolescente na comunidade e na família”, aponta.
Ela destaca, ainda, que a rede de proteção carece de maior investimento. “É preciso melhorias principalmente na qualificação dos profissionais para que possam estar mais preparados para identificar e prevenir riscos – alertando e apoiando a família”, finaliza.
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br