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Membro do IBDFAM desenvolve método que auxilia pessoas envolvidas em conflitos familiares
Com o objetivo de facilitar o diálogo entre pessoas envolvidas num conflito de relações familiares, a defensora pública, Elisa Maria Pinto de Souza Falcão Queiroz, membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família - IBDFAM, desenvolveu um método que faz uma interlocução entre a Psicologia e o Direito.
“Trata-se de um método em que há a intervenção de acadêmicos ou profissionais da Psicologia e do Direito que atuam no intuito de preparar as pessoas envolvidas num conflito de relações familiares para um diálogo sadio, a fim de se chegar a um resultado satisfatório para ambos, visto que as lides do Direito de Família estão para além das questões jurídicas, tendo como cerne as emoções que permeiam essas relações”, explica Elisa, que é presidente da Comissão de Conciliação e Mediação do IBDFAM seção Tocantins -IBDFAM/TO.
O método busca preparar as pessoas envolvidas no conflito para administrar as emoções que dominam as relações de família para que cheguem a um acordo que atenda a todos. “Por isso o encontro com os acadêmicos de Psicologia antes do diálogo entre eles e o acadêmico de Direito. Através da terapia breve, as pessoas recebem o preparo necessário para facilitar o diálogo entre elas”, esclarece.
A ideia surgiu, conforme explica Elisa, a partir da observação de casos reais. “Observei que faltava isso nas audiências de conciliação. As partes chegavam totalmente dominadas pela emoção, o que as impediam de fazer um acordo, muitas vezes tão facilmente de ser firmado, caso a questão emocional fosse trabalhada anteriormente à audiência”, destaca.
Inicialmente, esse método será implementado em parceria com universidades de Palmas/TO. “Futuramente, nada impede que esse método seja estendido a outras entidades, escritórios de advocacia e ao Poder Judiciário”, diz.
Segundo a advogada Alessandra Muniz, presidente do IBDFAM/TO, é uma tendência do Direito moderno buscar os meios adequados para a solução de conflitos, desjudicializando as demandas.
“Na era da tecnologia, não temos mais tempo sequer para o diálogo. Muitos conflitos podem ser resolvidos apenas com um diálogo pacífico. É preciso que percamos a cultura da judicialização, da intervenção de um terceiro alheio à lide que impõe a sua vontade sobre a das partes. Assim, buscando propagar a cultura da paz e a cooperação entre as partes é que foi criado esse método”, reflete.
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