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“Através da Busca Ativa, chegou nossa princesa”
“Esse projeto não apenas abre portas, ele forma famílias reais. Com dificuldades, erros, acertos e muito, muito amor”. É dessa forma que a professora e cake design, Sheila Regina Novaes Guedes, 39 anos, se refere ao Abrigo de Portas Abertas. Ela é casada com o engenheiro civil, Lawrence Luz de Medeiros, 39. Eles são pais da Maria Eduarda, a Duda, hoje com um ano e oito meses, e têm orgulho de contar sua história.
Sheila e Lawrence vivem no Rio de Janeiro e, logo no primeiro ano de casamento, descobriram que não poderiam ter um filho biológico. “Fomos do céu ao purgatório com a notícia e, desde então, iniciamos o desejo pela adoção”, contam. Com poucas informações sobre como proceder, o casal passou por muitas frustrações, inclusive com uma quase adoção consensual, onde a mãe biológica desistiu de entregar o bebê.
“Depois de mais esse momento de dor, meu marido me convenceu a entrarmos no Cadastro Nacional. Assim fizemos. Juntamos os documentos necessários e, em setembro de 2013, foi dado início ao processo de habilitação”, relembra Sheila. Em janeiro de 2015, os dois participaram de uma reunião no Fórum e conseguiram ingressar no grupo de apoio Ana Gonzaga.
Num primeiro momento, o casal idealizava uma menina branca, saudável, com, no máximo, um ano de idade. “Quando conhecemos a realidade através das visitações, trocamos nosso perfil para: ambos os sexos, zero a cinco anos, irmãos, doenças tratáveis e etnia indiferente”. A mudança foi determinante. Em outubro de 2015, Sheila e Lawrence receberam a habilitação para adotar (eles ainda não sabiam, mas naquele mesmo mês, Duda estava nascendo).
Em abril de 2016, receberam a ligação mais importante de suas vidas. “Através da Busca Ativa, chegou nossa princesa”, diz a mãe. O bebê, de apenas seis meses, ainda estava muito frágil. Tinha Microcefalia e Síndrome Alcoólica Fetal. “Nasceu com 600 gramas, devido ao uso abusivo de álcool e drogas na gestação. Ficou três meses internada sem visitações dos pais biológicos e mais três abrigada até vir para seu verdadeiro lar”.
Através do projeto “Abrigo de Portas Abertas’ e com o coração aberto, o casal percebeu que toda criança é a criança dos sonhos e que o importante é o amor. “Foi muito especial para nós, pois continuamos no grupo de apoio como voluntários e em nossos depoimentos fazemos questão de dizer que foi esse projeto que nos apresentou às crianças reais”, afirmam.
Sheila e Lawrence se dizem completos e muito felizes. Inicialmente, o prognóstico era de que Duda teria a parte motora duplamente comprometida e que não aprenderia com facilidade. Porém, mesmo com todas as dificuldades, ela já está quase andando e se comunica bem.
“Segundo a neurologista, terapeuta ocupacional e geneticista, o atraso cognitivo é quase imperceptível, pois, por enquanto, faz tudo como um bebê de sua idade. Ela ama piscina, música e é uma criança muito feliz. Foi um encontro de almas”, afirmam.
Sheila, Lawrence e a filha Maria Eduarda
Foto: Divulgação
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