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Quando a arte se transforma em elemento para traduzir o Direito de Família
O Direito das Famílias pode ser considerado uma das áreas mais duras do Judiciário. Pode até envolver recomeços, nascimentos, mas é fundamentalmente sobre o fim do amor ou o fim da vida. Para minimizar e traduzir esses impactos, o Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) adotou desde a sua fundação, há cerca de 19 anos, a utilização da arte como canalizador, tradutor e catalisador dessa dureza. E não foi diferente com a escolha da obra para ilustrar a capa do Tratado de Direito das Famílias, já em segunda edição lançada nesta semana pelo Instituto. A “Árvore Vermelha”, de Piet Mondrian (1872 – 1944), é um dos mais importantes trabalhos do artista holandês, para quem a arte não deveria limitar-se à reprodução de imagens de objetos reais, mas expressar unicamente o universal e o absoluto oculto atrás da realidade. E é isto que tem buscado o IBDFAM ao longo destas quase duas décadas de atuação.
A obra de Mondrian foi escolhida para ilustrar a capa do Tratado pela simbologia de crescimento da família, por meio de suas raízes, com seus arraigados costumes e tradições, e de seus galhos, que irrompem o futuro, num movimento de construção e reconstrução. Uma verdadeira teia das relações familiares e destes núcleos com o mundo. Copas e raízes ligadas por um tronco sólido e firme, metáfora principal da família como estrutura das sociedades.
De acordo com o jornalista mineiro João Paulo Cunha, em entrevista concedida ao Boletim IBDFAM (edição número 24), a árvore genealógica hoje tem mais galhos e eles são cada vez mais intrincados. “Com isso, os laços de parentesco, por si sós não são garantia de nada. Como dizia Bernard Shaw, ninguém é melhor por ter nascido em determinado país ou família. O nacionalismo doentio, como o familialismo, é deturpação do valor verdadeiro. Amor não tem genética nem latitude. Ainda que o ambiente do afeto possa ser a estufa de bons sentimentos, ninguém garante que ela vai ser aquecida pelos ares da convenção.” Obras de outros artistas, além de Mondrian, foram selecionadas para ilustrar cada um dos capítulos do Tratado, com o objetivo de conduzir o leitor para uma compreensão mais sensível e ampla dos temas relacionados ao Direito das Famílias.
Em tempo: a exposição "Mondrian e o Movimento de Stijl", que apresenta 70 obras no total, sendo 30 do artista holandês, pode ser visitada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Belo Horizonte. O trabalho entre os membros do Movimento de Stijl era muito colaborativo e acreditava-se firmemente na possibilidade de construção de um mundo melhor.
Mais informações sobre a mostra: culturabancodobrasil.com.br.
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Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br