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Um réquiem a Rose Marie Muraro
imagem por Instituto Cultural Rose Marie Muraro / Divulgação
Homenagem da jurista Maria Berenice Dias, vice-presidenta nacional do IBDFAM, a Rose Marie Muraro, uma das principais intelectuais brasileiras e uma das pioneiras do movimento feminista no país, e que morreu no último sábado, dia 21 de junho.
“Dos vícios que tenho, o mais devastador é a leitura. É de tal grau a minha dependência, que preciso guardar junto com as malas tudo o que desejo ler, e que nada tem a ver com os meus deveres de natureza profissional. Assim sempre viajo bem acompanhada. Os trajetos encurtam, e minha única dificuldade é abandonar o livro até a próxima viagem. Mas Rose Marie Muraro e suas “Memórias de uma Mulher Impossível” romperam minha disciplina. Levei-a comigo a um SPA e esqueci a rígida disciplina dos exercícios e caminhadas. Claro que voltei com o mesmo peso, mas nunca voltei tão leve.
Feminista em uma época em que tal rótulo desqualificava a mulher, Rose Marie não teve medo de desafiar mitos e tabus. Enfrentou tanto a igreja quanto o regime militar na busca da libertação feminina, trazendo ao debate público o mito da sexualidade da mulher e as questões de gênero. A falta de visão não a impediu - ou melhor, até a incentivou - a fazer o que tinha que ser feito. Ela mesma diz: Sempre fiz coisas impossíveis porque o fato de ter nascido com deficiência visual não me permitia chegar perto das pessoas normais. Ou faço o impossível ou morro. É impossível ser medíocre. São exemplos assim de vida que, parafraseando o hino riograndense, devem servir de modelo a toda terra!”
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