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Mostra Lygia Clark convida o corpo a sentir
O Violoncelista, 1951_Lygia Clark_foto Sérgio Roberto Guerini
Escada, 1951_Lygia Clark_foto Fernando Silveira
Estará aberta até o dia 11 de novembro no Instituto Itaú Cultural, na capital paulista, a mostra “Lygia Clark: uma retrospectiva”. A exposição traz cerca de 150 obras da artista plástica brasileira de renome internacional, entre elas as famosas instalações em que o público interage com a obra de forma coletiva ou individual. Representante do movimento neoconcretista brasileiro, Lygia foi rompendo com as limitações dos conceitos artísticos ao longo da carreira para culminar em uma experiência estética inovadora.
Especialmente a partir dos anos 1960, suas obras se completam com a participação do expectador, a quem ela chama de propositor, por meio de experiências sensoriais. “Ela dizia que o percurso que foi desenvolvendo na carreira, que privilegia a aproximação com o expectador por meio do sensorial em vez do aspecto puramente visual, foi acontecendo de forma intuitiva”, explica a neta da artista, Alessandra Clark. Alessandra cuida de alguns projetos da artista por meio da Associação Cultural O mundo de Lygia Clark.
A distância entre o tempo de criação das obras, entre 20 e 40 anos, aproximadamente e os dias de hoje, não deve interferir na fruição das peças, conforme Alessandra Clark. “A obra é para ser vivida. O propósito continua o mesmo, assim que a pessoa vivenciar a experiência vai sentir o que a obra quer passar”, assegura.
Uma das instalações em que o público vai poder desfrutar dessa experiência atemporal é a “A casa é o corpo”. Quando a pessoa percorrer os oito metros de extensão da obra deverá experimentar sensações de penetração, ovulação e germinação e do primeiro contato com o mundo.
Que impacto podem ter tais experiências sensoriais no público que hoje passa longas horas conectado ao mundo virtual? Alessandra acha que a visita à exposição é uma oportunidade também para elas. “Com a Internet, conseguimos ter acesso a coisas que antes eram inacessíveis, por outro lado, o mundo virtual pode criar a necessidade de vivenciar as coisas presencialmente”, analisa.
Lygia Clark faleceu em 1988, mas pelo menos 20 anos antes disso, suas criações já registravam a preocupação de que arte e terapia se encontrassem. Na obra “O Casal”, de 1967, dois macacões, um com características da anatomia feminina e outro da masculina podem ser vestidos, respectivamente, por um homem e uma mulher. Os dois se ligam por uma espécie de cordão umbilical. Alessandra explica: “Lygia considerava que todo ser humano possui em si elementos da sexualidade do gênero oposto; ao vestir a roupa do outro sexo, a pessoa tem a percepção dessa porção complementar masculina ou feminina por meio do recurso externo que é o macacão”.
Caixa Trepante, 1965_Lygia Clark_foto Mario Grisolli
Serviço:
“Lygia Clark: uma retrospectiva”
Até 11 de novembro – Instituto Cultural Itaú
De terça-feira a sexta-feira, das 9h às 20h
Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h
Entrada franca
Classificação livre
Estacionamento com manobrista: R$ 10 por uma hora; R$ 5 a segunda hora; e mais R$ p/ hora adicional
Estacionamento gratuito para bicicletas
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado
Endereço: Instituto Cultural Itaú
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11.2168.1776 / 1777
Atendimento à imprensa: ascom@ibdfam.org.br