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Mortalidade materna de mulheres pretas é o dobro de brancas e pardas
O risco de morrer em decorrência da gravidez, durante o parto ou no puerpério é duas vezes maior entre mulheres pretas do que entre as pardas e brancas. É o que revelou um levantamento feito pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, e publicado em junho na Revista de Saúde Pública.
Cerca de 92% dos casos de morte materna são evitáveis e ocorrem principalmente por hipertensão, hemorragia, infecções e abortos provocados. A pesquisa, que integra um estudo sobre disparidades raciais e obstetrícia, investigou a taxa de mortalidade materna segundo a cor da pele antes e durante a pandemia da Covid, de 2017 a 2022. Também foi considerada a causa da morte, região do país e faixa etária.
Conforme os resultados, a taxa de mortalidade materna neste período foi de 67 mortes por 100 mil nascidos vivos no Brasil. Mulheres brancas e pardas contabilizaram 64 mortes, mas mulheres pretas tiveram índice de 125,8 (quase o dobro). Os dados foram coletados no DataSUS, do Ministério da Saúde, e as categorias de raça seguiram a classificação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE.
A maior taxa foi registrada na região Norte – 186 mortes por 100 mil nascidos vivos. Apenas nessa região não houve diferença nas taxas de mortalidade de pretas e pardas.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, a população negra tem os piores índices gerais de saúde no país. Isso inclui maiores taxas de mortalidade materna e infantil, prevalência de doenças crônicas e infecciosas, piores índices de violência, de acesso a atendimentos de saúde, e até alimentação.
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