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Polícia Federal investiga caso de tráfico internacional de crianças; bebê de 38 dias foi localizada em Portugal
A Polícia Federal – PF investiga o caso da rede de tráfico internacional de crianças suspeita de agir no interior de São Paulo.
A investigação resultou na prisão de um homem português, na segunda-feira (4), que se preparava para deixar o Brasil com um recém-nascido registrado em seu nome.
A PF apurou que, há menos de um mês, o homem havia saído do país com outra criança, uma menina de 19 dias de vida, como se fosse o pai dela. Nos dois casos, os bebês nasceram em um hospital de Valinhos, na região de Campinas.
Nessa terça-feira (5), a Polícia Judiciária de Portugal, em parceria com a PF, localizou uma bebê de 38 dias nascida em Valinhos, vítima de tráfico humano, que foi levada para Portugal em novembro. Ela será repatriada.
PF investiga esquema
As investigações apontam que o homem preso não agia sozinho. A suspeita é de um esquema envolvendo o direcionamento de mães que não desejavam ficar com os filhos para o hospital, agenciadores e um escritório de advocacia que tratava dos papéis necessários para a suposta adoção.
A investigação teve início no último dia 30 de novembro, após a promotoria do Ministério Público de São Paulo – MPSP, em Valinhos, ter detectado que um bebê estava sendo registrado em nome do homem, menos de um mês após ele ter se registrado como pai de outra criança.
Chamou a atenção o fato de que eram bebês de mães diferentes. A PF apurou que ele tinha viajado no dia 24 de outubro para Portugal levando a criança de 19 dias. O segundo bebê foi deixado pela mãe na maternidade da Santa Casa de Valinhos, onde ela deu à luz.
Ao iniciar a investigação, a PF apurou que o homem viajou ao menos quatro vezes entre Portugal e Brasil nos anos de 2015, 2021 e 2023. Na última viagem entre os dois países, ele levou a criança para Portugal e retornou sem ela ao Brasil.
Conforme a PF, os registros de paternidade foram feitos com base em documentos falsos, em unidades judiciais diferentes, e eram acompanhados de pedidos de guarda unilateral dos bebês para que o homem pudesse sair do país com a criança sem a anuência da mãe.
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