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Artigo da revista Aeon traça paralelo entre casamento e mercado
As promessas de igualdade e liberdade da revolução sexual dos anos 1960 foram cumpridas? De acordo com o artigo "Matrimony and the market", do escritor Daniel Tutt, disponível no site da revista Aeon, valores como a abolição da família e uma expressão sexual mais libertária tomaram outro rumo ao se depararem com o mercado e a divisão de classes. Afinal, "casamento e família continuam altamente populares".
"Em uma pesquisa de 2019 , mais de 84% das pessoas LGBT afirmam que o amor é uma razão 'muito importante' para se casar (contra apenas 46% que dizem que os benefícios legais do casamento são muito importantes). As razões mais comuns citadas para o divórcio agora tendem a ser considerações 'emocionais', e em um estudo de uma amostra grande e estatisticamente representativa de mulheres jovens nos Estados Unidos, solteiras e casadas, mais de 80% afirmaram que valorizam a capacidade de o marido expressar seus sentimentos sobre sua capacidade de fornecer como a característica mais valiosa de um futuro parceiro", diz um trecho.
O autor mostra que essa mudança significa que o casamento e a possibilidade de constituir família não estão mais de acordo com a concretização de valores de masculinidade por meio do sustento de uma mulher e filhos. Em vez disso, o casamento moderno seria centrado na "proteção do próprio valor, autoestima e dignidade".
Apesar de tudo isso ter uma aparência de igualdade, Tutt afirma que, desde o final dos anos 1970, observa-se a tendência de que as pessoas tendem a se casar com parceiros de classe semelhante.
"O casamento exige que os casais unam suas rendas, que ambos os parceiros trabalhem em tempo integral e que invistam pesadamente no desenvolvimento de seus filhos. Essas exigências econômicas pesam fortemente sobre os casais com baixa escolaridade e sobre as famílias da classe trabalhadora, e impedem a perspectiva de constituir família ou fazer uma família funcionar no longo prazo. Os benefícios do casamento – desde compartilhar a renda e acumular bens, até o senso de dignidade e propósito que a família e os filhos trazem – estão ficando cada vez mais distantes dos americanos da classe trabalhadora", afirma.
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