A diversidade das configurações familiares no Brasil é uma realidade que não pode ser ignorada. Para a filósofa, psicanalista e poeta Viviane Mosé essas formações estão cada vez menos associadas à tradição e à propriedade e cada vez mais ligadas à manifestação do desejo e do bem viver. Na edição especial do podcast Boletim IBDFAM, ela faz um recorte social sobre as ditas "novas famílias". Ouça agora.

Ao IBDFAM, Mosé define a família brasileira de 2023 como "multifacetada". "Temos de tudo. Isso é belo, é lindo, é grandioso. Não temos mais uma família só", ela pontua. "Hoje, temos famílias que não se sustentam nessa tríade com tradição e propriedade, mas na busca pelo bem viver e pelo bem-estar. Por encontrar alegria e produzir vida. Essa é a família brasileira hoje, especialmente a família da periferia."

A filósofa observa que a sociedade brasileira tem dificuldade para encarar as configurações de família que não obedecem a um modelo patriarcal e heterossexual. É nesse contexto que, segundo ela, nascem o preconceito e a resistência de alguns em relação às famílias homotransafetivas.

"Não só o Brasil, mas o mundo tem muita dificuldade com essas transformações, principalmente quando dizem respeito à sexualidade, ao desejo, aos corpos. A formação de novas famílias, a partir de novas configurações de desejo, provoca conflitos muito grandes nas 'antigas' sociedades'", ela afirma.

E escrescenta: "As famílias homotransafetivas mostram que são possíveis e mostram a possibilidade de transformação e de uma nova eroticidade."

Ouça o Boletim IBDFAM Especial: entrevista com Viviane Mosé no Spotify.

Leia mais na 66ª Revista Informativa do IBDFAM

A entrevista completa com Viviane Mosé está na 66ª edição da Revista Informativa do IBDFAM. Exclusiva para associados do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, ela já está disponível on-line e coloca em foco as famílias ectogenéticas, formadas a partir de técnicas de reprodução assistida. Acesse e leia na íntegra.

Nesta edição, especialistas discutem como essa configuração familiar desafia constantemente o Biodireito e a Bioética e impõe atualizações ao Direito das Famílias e das Sucessões.

A publicação traz a fala do desembargador e professor Guilherme Calmon; da professora de Biodireito e Bioética, Adriana Caldas Maluf; e de Eduardo Vasconcelos e Marianna Chaves, presidente e vice-presidente da Comissão de Biodireito e Bioética do IBDFAM, respectivamente.

Maria Berenice Dias, vice-presidente do IBDFAM, discute os desafios decorrentes da inseminação caseira que motivaram ofício do IBDFAM junto ao Conselho Nacional de Justiça – CNJ. A matéria também conta com a fala da advogada Juliana Giachin, presidente do IBDFAM, seção Mato Grosso, e da também advogada Acácia Lelis.

A revista ainda aborda o planejamento familiar LGBTQIA+ e os embriões criopreservados. Para isso, foram ouvidos a advogada e professora Andressa Bissolotti e o advogado Adriano Borges.

O conteúdo da 66ª Revista Informativa do IBDFAM é exclusivo para membros do Instituto. Associe-se agora e garanta o seu exemplar, além do acesso on-line a essa e outras edições já publicadas.