“Modernidade líquida e as famílias pós-modernas: análise dos pensamentos de Zygmunt Bauman na judicialização dos conflitos familiares” é tema de artigo que está entre os destaques da 51ª edição da Revista IBDFAM: Famílias e Sucessões. O texto é de autoria conjunta entre as advogadas Adrielly Letícia Silva Oliveira e Carolina Penteado Gerace Bouix.

No texto, as autoras examinam a modernidade líquida no contexto familiar. Para Adrielly, a temática das famílias na contemporaneidade é um desafio por si só.

“O ser humano é um ser completamente complexo e mutável, de modo que suas complexidades e mutações refletem em todos os âmbitos de suas vidas, inclusive nos relacionamentos”, afirma.

Segundo a advogada, a família pós-moderna é impactada pela lógica do consumo e pelo egocentrismo humano na busca pela própria felicidade. “Assim, instauram-se os conflitos e a demasiada judicialização dos conflitos intrafamiliares, uma vez que há a busca do prazer e bem-estar individual em um convívio intrinsecamente coletivo: a família.”

“Diante da complexidade e dos sujeitos envolvidos, além do aumento da judicialização dos
conflitos intrafamiliares, é importante valer-se de um olhar sistêmico. A família é o primeiro local de sociabilidade humana, e diante de sua grande importância, no âmbito legal carece de especial proteção”, destaca a especialista.

Adrielly afirma que métodos alternativos de solução de conflitos, como mediação e conciliação, traduzem-se em uma metodologia de “ganha-ganha”, em que as partes, por meio da intervenção de um terceiro, caminham para um acordo.

No entendimento da advogada, isso garante os direitos constitucionalmente previstos, como o acesso à Justiça e a mínima intervenção estatal. Ela acrescenta que a medida também privilegia o melhor interesse da criança ou do adolescente (quando se tem envolvido), “o que economiza no desgaste desnecessário da máquina judiciária e ainda viabiliza a solução amigável, preservando-se, assim, até mesmo o desgaste emocional dos sujeitos envolvidos no conflito”.

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